Rede McDonald’s cresce em Mogi e região
Hoje, são 10 unidades distribuídas nas cidades do Alto Tietê.
Fast food - Reprodução pixabay
Reportagem de: O Diário
Há 25 anos, Mogi das Cruzes ganhou a primeira lanchonete McDonald’s do Alto Tietê, no Mogi Shopping, que se tornou um divisor de águas na economia e geração de empregos regionais. Hoje, são 10 unidades distribuídas nas cidades de Mogi, Suzano, Poá, Itaquaquecetuba, Ferraz de Vasconcelos e Arujá, e uma na Riviera de São Lourenço, em Bertioga, além de nove quiosques de sobremesas, todos sob o comando do empresário Roberto Freire Cesar Pestana, reunindo 672 funcionários.
As lojas seguem o padrão da rede, que teve início com a instalação da primeira lanchonete no ano de 1940, em San Bernardino, na Califórnia (EUA). A marca chegou ao Brasil em 1979, na cidade de Copacabana, no Rio de Janeiro. Na capital paulista, o primeiro restaurante foi inaugurado em 1981, na avenida Paulista.
Ao todo, já são 1.052 restaurantes, 2.005 quiosques e 91 McCafés, sendo 632 operados pela Arcos Dorados e 420 operados por sub franquias. Entre restaurantes próprios e franqueados, são mais de 50 mil funcionários, tendo como média histórica 2 milhões de pessoas atendidas por dia no Brasil. Até 2024, a previsão é abrir 120 novas unidades no país, sendo 90% nos modelos de rua com drive thru.
Na entrevista a O Diário, Pestana faz um balanço dos 25 anos do McDonald’s na cidade e revela as expectativas para 2022:
Qual a história do McDonald’s em Mogi e região?
No Alto Tietê são 10 lanchonetes e há uma no litoral, na Riviera de São Lourenço, em Bertioga, além de nove quiosques de sobremesas em shoppings. Estamos em Mogi, Suzano, Poá, Itaquaquecetuba, Ferraz de Vasconcelos e Arujá, com um total de 672 funcionários. No dia 20 de novembro de 2021, completamos 25 anos em Mogi, no mesmo dia em que o shopping fez 30 anos. Nossa abertura foi um divisor de águas para o Mogi Shopping, porque depois, houve uma evolução de frequência, com abertura de novas lojas e movimento muito grande.
Quais os diferenciais da rede?
Temos um padrão muito rigoroso de qualidade nos produtos, com escolha criteriosa de ingredientes e uma equipe competente no departamento de compras, que pesquisa e aprova os fornecedores. Este é um dos nossos principais pilares e tudo isso é feito de forma muito profissional, o que nos garante o abastecimento de produtos e ingredientes de qualidade e com sabor padronizado pela rede. Seguimos um padrão de montagem, apresentação e ingredientes, de acordo com as regras que a matriz estabelece. Isso é mundial. Você come um big mac aqui, na China ou no Japão, e é exatamente o mesmo, com a mesma formulação, peso e qualidade dos ingredientes. Isso é o que faz o McDonald’s ser o que é hoje, com tantas milhares de unidades no mundo.
Este mesmo padrão é seguido na contratação e treinamento de funcionários?
O McDonald’s basicamente é uma empresa de desenvolvimento de pessoas e treinamos o dia todo, diariamente, com muitos funcionários que passam por todas as áreas do restaurante e, depois de algum tempo, estão aptos a trabalhar em todas as áreas, seja na cozinha, balcão, salão, fazendo todo tipo de atividade inerente ao atendente de restaurante e, para isso, para que desenvolva esta atividade de forma correta, também há treinamento o tempo todo. Temos uma equipe formada pelos atendentes que melhor se desenvolvem no trabalho, são credenciados como instrutores de restaurantes e treinam os novos funcionários, e também existem os coordenadores de qualidade, acima dos atendentes, que garantem que eles façam tudo de acordo com as normas, além dos gerentes de restaurante. Há toda uma hierarquia e plano de carreira e o funcionário quando entra como atendente pode chegar a gerente e, futuramente, a consultor. Meus dois consultores hoje, ao longo de mais de 20 e poucos anos, se desenvolveram na empresa até chegarem ao cargo. Oferecemos um plano de carreira desde que a pessoa se dedique. A franqueadora tem uma universidade do hamburguer, em Alphaville, que agora está sendo muito mais online, por conta da pandemia, mas antes fazia treinamento presencial para o nível gerencial. Os gerentes passavam uma semana lá e faziam treinamento em alguns cursos, muito importantes para o desenvolvimento pessoal, enriquecendo o currículo.
Ainda assim há dificuldades na contratação de funcionários?
Em certas épocas, existe. Não temos uma explicação muito lógica para isso, mas no final do ano, às vezes é difícil, porque existe um aumento expressivo do número de vagas em todas as empresas e temos uma competição grande com centenas ou milhares de empreendedores buscando colaboradores. Sempre temos vagas abertas e estamos contratando. Temos uma dinâmica grande no RH da empresa, treinando o tempo todo, formando pessoas e as desenvolvendo. Nem todos ficam por muito tempo, porque às vezes querem seguir outra carreira, terminam a faculdade e querem trabalhar na área em que se formaram, mas ficamos satisfeitos de ver ex-funcionários bem colocados hoje. Temos alguns, da primeira leva, de 25 anos atrás, que mantenho contato até hoje, e fico contente em vê-los bem hoje no mercado.
Existe previsão de investimentos para Mogi e região?
Ainda não podemos falar, mas existe sempre a ideia e estamos sempre prontos para expandir e buscando novos pontos e oportunidades, então, é uma questão de tempo para termos novidades nesta área. Isso é uma constante. O McDonald’s vem crescendo e vai inaugurar vários restaurantes no Brasil. Especificamente na região, temos expectativa de novas unidades, talvez não agora, mas em uma realidade não tão distante.
Como o senhor avalia o papel do sistema drive thru, já implantado pelo McDonald’s há anos, na pandemia?
O McDonald’s foi quem desenvolveu e inventou o drive thru para atender uma base aérea nos Estados Unidos, em que os militares não podiam descer do carro e pediam os produtos de dentro dos veículos. Então, criou-se o drive thru para atendê-los e isso se expandiu para o mundo inteiro. Hoje, a prova de que o drive thru é um sucesso é que todos os carros têm porta-copos e não é de graça que se tem isso. É justamente para se colocar os copos do drive thru, porque atualmente, não somente o McDonald’s, mas várias empresas, aderiram a esta forma de atendimento. O que nos garantiu uma boa venda na pandemia foi o fato de o McDonald’s ter muitos pontos de drive thru. Evidentemente que sofremos com os shoppings fechados durante algum tempo, mas tínhamos vários outros recursos, o que não paralisou totalmente nossas vendas e passamos a atuar muito forte no segmento de delivery. Antigamente a plataforma mais conhecida de delivery não atuava na região da forma como necessitávamos, mas passou a atuar de maneira completa no Alto Tietê e aderimos com tudo à área de delivery, que gerou uma boa parcela de venda. Na pandemia, com as pessoas presas em casa, isso foi muito importante. O delivery veio para ficar, agora se incorporou no dia a dia das pessoas e é um grande sucesso no segmento.
Qual a expectativa para 2022?
Nossa expectativa é muito positiva e acreditamos que vamos voltar com força total e crescimento de vendas. O final de 2021 já mostrou uma recuperação, quando a pandemia começou a melhorar. Agora tivemos esta nova onda da ômicrom, mas tudo indica que isso vai se resolver rapidamente e teremos um 2022 positivo. O McDonald’s está bastante confiante e eu também de que este ano será muito bom.
E os projetos sociais?
Temos um braço, que foi fundado com a ajuda do McDonald’s, o Instituto Ronald McDonald, criado em 1997, e que coordena o McDia Feliz. São mais de 60 entidades beneficiadas com os recursos que doamos para o McDia Feliz, destinados ao tratamento e cura do câncer infanto-juvenil. Temos várias casas Ronald McDonald, onde as crianças ficam hospedadas durante todo o tratamento, com suas famílias, e isso acelera o processo de cura e é fundamental porque, às vezes, as famílias mais simples não têm condições de se estabelecer próximo aos hospitais onde serão atendidas, então, cuida-se desta estadia e transporte e de tudo o que a família precise neste período. A cura do câncer infanto-juvenil no Brasil, que até alguns anos atrás era muito baixa, hoje já cresceu bastante, graças ao esforço que fazemos neste dia, quando toda a renda do big mac é doada pelos franqueados e corporação a estas entidades. De uns anos para cá, o Instituto Ayrton Senna, que tem um trabalho espetacular de capacitação do jovem brasileiro, vem sendo contemplado com uma parte destes recursos para esta formação. Na região, canalizamos para o Tucca (Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer), em Itaquera, anexo ao Hospital Santa Marcelina, que cuida de crianças com câncer, e patrocinamos o transporte de todas as crianças da região para o tratamento, porque se ele for interrompido, perde a eficácia. Atendemos de Salesópolis até Guarulhos, com o transporte de famílias que não têm como levar as crianças para o tratamento. Nossas peruas vão até lá, com motoristas e auxiliares de enfermagem, para levar e trazê-las nos dias necessários para o tratamento, o que garante o sucesso. Em Mogi, a Rede Feminina é a grande incentivadora e promove até a venda antecipada destes tíquetes, para garantir que no dia esta venda seja ainda maior, fazendo há 25 anos um forte trabalho de divulgação do McDia na comunidade.
Como o senhor prepara a sucessão?
Meu filho Guilherme, também formado em Administração de Empresas, trabalha comigo e hoje está atuando diretamente na operação dos restaurantes, como consultor, mas já foi aprovado pelo McDonald’s para me suceder na franquia. Quando eu quiser me aposentar, ele já está apto a aprovado pelo franqueador para me suceder neste trabalho. Um fator importante que o McDonald’s exige é que o franqueado sempre esteja morando na região onde estão os restaurantes dele, com dedicação integral ao negócio. Não é permitido ter outras atividades. Então, meu escritório fica no prédio do estacionamento do Mogi Shopping, a poucos passos do restaurante, o mais antigo da região, e tenho uma equipe aqui, durante a semana toda, cuidando dos bastidores, porque quem vê pensa que o trabalho se resume a montar lanches, mas as pessoas não imaginam o que tem por trás disso e todo o trabalho que envolve, inclusive administrar tantos funcionários jovens. Mas fazemos tudo com prazer e tenho muita satisfação e orgulho de ser franqueado. Agora, a pouco mais de um mês, teremos a convenção mundial, em Orlando, nos Estados Unidos, realizada a cada dois anos, com todos os franqueados do mundo inteiro, onde ficamos conhecendo as novidades que serão apresentadas para todo o sistema McDonald’s do mundo, assim como novas técnicas, equipamentos, ideias e procedimentos de operação. É sempre interessante, uma oportunidade de se energizar, e voltamos muito felizes.
Qual a importância da AGFE?
Acho interessante. Fui convidado a participar, apesar de estar no segmento de alimentação e não na indústria, mas pelo volume de emprego que geramos na economia, o que é importante porque fazemos circular o dinheiro na região. Quanto mais a região crescer, melhor para o nosso negócio, então, queremos que Mogi se desenvolva, que novas indústrias venham para cá. Isso é muito importante para o desenvolvimento da cidade, que cresceu bastante em termos de habitantes e é bem atendida, mas são as indústrias que trazem a riqueza de fora para dentro. Estou muito satisfeito e participo da AGFE no sentido de dar minha colaboração e estar presente nas reuniões, com ideias e espero que a cidade toda se desenvolva, não só o nosso segmento. É o ganha-ganha. Queremos que Mogi como um todo melhore sempre. Ela já é uma cidade de destaque na região e temos expectativa que continue cada vez melhor.