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Como a inteligência artificial e o Braille podem caminhar juntos pela inclusão

Em um mundo onde 2,2 bilhões de pessoas convivem com algum grau de deficiência visual, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), a corrida tecnológica impõe uma reflexão inevitável: até que ponto a inteligência artificial está realmente a serviço da inclusão — e quando começa a substituí-la? Na Reatech 2025, que acontece de 6 a […]

Por Edicase Conteúdo
05/11/2025 12h00, Atualizado há 3 dias

Em um mundo onde 2,2 bilhões de pessoas convivem com algum grau de deficiência visual, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), a corrida tecnológica impõe uma reflexão inevitável: até que ponto a inteligência artificial está realmente a serviço da inclusão — e quando começa a substituí-la?

Na Reatech 2025, que acontece de 6 a 8 de novembro, no São Paulo Expo, em São Paulo, a Laramara —  Associação Brasileira de Assistência à Pessoa com Deficiência Visual — levanta essa discussão. Em meio a inovações que prometem automatizar a leitura, a escrita e a comunicação de pessoas cegas e com baixa visão, a instituição reforça que a tecnologia deve somar, e não apagar as conquistas históricas da inclusão.

Mais do que um recurso didático, o Braille representa autonomia, identidade e soberania comunicacional. É por meio dele que milhares de pessoas com deficiência visual constroem o pensamento crítico, aprendem a ler e escrever com independência e se conectam ao mundo por meio do tato — um sentido que nenhuma inteligência artificial é capaz de reproduzir.

“A máquina de escrever em Braille não representa um objeto do passado, mas sim uma ponte para o futuro, um instrumento pedagógico que preserva a autonomia, fortalece e conecta o estudante com as bases da escrita e da acessibilidade”, afirma Junia Carla Buzim, pedagoga da Laramara.

Mãos digitando em um teclado em baille
A inteligência artificial e o braille se complementam, fortalecendo os métodos tradicionais de aprendizagem (Imagem: zlikovec | Shutterstock)

O equilíbrio entre o clássico e o digital

Entre leitores de tela cada vez mais sofisticados, assistentes de voz e aplicativos capazes de descrever imagens em tempo real, cresce também o desafio de garantir que a tecnologia continue sendo uma ponte — e não um filtro — entre as pessoas e o conhecimento.

Ferramentas de leitura automatizada e de acessibilidade digital têm ampliado o acesso à informação, mas especialistas reforçam que o aprendizado mediado pelo tato continua sendo essencial para o desenvolvimento cognitivo e linguístico de pessoas com deficiência visual. 

Em vez de competir, essas duas frentes tecnológicas podem se complementar. Hoje, há ferramentas que utilizam inteligência artificial para converter textos e imagens em linguagem tátil, além de softwares que otimizam a produção de materiais em braille e tornam a comunicação mais ágil e acessível. São exemplos de como a inovação pode fortalecer — e não substituir — os métodos tradicionais de aprendizagem.

“A inteligência artificial é uma aliada poderosa, mas ela depende do que já construímos”, explica Robert Mortimer, coordenador do Laratec – núcleo de inovação da Laramara que traduz a expertise da instituição em soluções tecnológicas voltadas à autonomia e à acessibilidade. “Sem o Braille, não há base sólida para a inclusão digital. Ele é o código que ensina a pensar antes de programar”, completa.

A convivência entre o clássico e o digital aponta para o futuro da acessibilidade: um cenário em que inovação e tradição se complementam para fortalecer a autonomia e a representatividade. Em plena era da inteligência artificial, especialistas reafirmam que nenhum algoritmo substitui o aprendizado que nasce do toque — e que a verdadeira inovação é aquela que amplia, e não apaga, as formas humanas de perceber o mundo.

A convivência entre o clássico e o digital aponta para o futuro da acessibilidade: um cenário em que inovação e tradição se complementam para fortalecer a autonomia e a representatividade. Em plena era da inteligência artificial, especialistas reafirmam que nenhum algoritmo substitui o aprendizado que nasce do toque — e que a verdadeira inovação é aquela que amplia, e não apaga, as formas humanas de ver o mundo.

Por Caroline Amorim

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