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O Mundial de Bocha 2022, que acontecerá em dezembro no Rio de Janeiro (RJ), contará com uma homenagem póstuma a um dos mais influentes atletas de Mogi das Cruzes: Dirceu Pinto. Ícone do esporte, ele inspirou o nome do mascote da competição internacional, o Dibo. Lembrado pelo legado que deixou na cidade e também por […]

10 de setembro de 2022

Reportagem de: O Diário

O Mundial de Bocha 2022, que acontecerá em dezembro no Rio de Janeiro (RJ), contará com uma homenagem póstuma a um dos mais influentes atletas de Mogi das Cruzes: Dirceu Pinto. Ícone do esporte, ele inspirou o nome do mascote da competição internacional, o Dibo. Lembrado pelo legado que deixou na cidade e também por características marcantes como a amizade fácil e dedicação, o multicampeão paralímpico, que morreu em 2020, segue sendo exemplo para novas gerações do esporte. 

O nome para o mascote Dibo (imagem abaixo) é a contração de ‘Dirceu’ e ‘Bocha’ – esporte com qual Dirceu conquistou cinco medalhas paralímpicas, quatro delas de ouro. 

A escolha ocorreu após votação popular. Dibo estreará na Rio de Janeiro 2022 Boccia World Championship, que tem até o momento a confirmação de mais de 40 países e 170 atletas inscritos – um evento de grande porte. 

A competição será aberta ao público dos dias 5 a 13 de dezembro, no Parque Olímpico, na Barra da Tijuca, no Rio.

“Essa escolha não poderia ter sido melhor. Uma homenagem mais que merecida ao melhor atleta de bocha paralímpica de todos os tempos. Agradeço por ter tido a oportunidade e a honra de conviver com ele, principalmente em momentos que marcaram a história da bocha no Brasil e no mundo. Dirceu foi um exemplo para todos nós, não só pelas conquistas, mas pela pessoa que ele sempre foi. Essa é uma homenagem que ficará eternizada na família da bocha mundial”, comenta Artur Cruz, presidente da ANDE (Associação Nacional de Desporto para Deficientes), organizadora do Rio de Janeiro 2022 Boccia World Championships.

Dirceu nasceu em Francisco Morato, em São Paulo. Mas foi em Mogi que descobriu a bocha.

Por aqui, deixou vasto legado e ajudou a impulsionar o paradesporto; chegou a coordenar o projeto Mogi Paralímpico. 

Usou a visibilidade que tinha para que mais pessoas com deficiência pudessem ser vistas de outra forma, e terem dignidade, conforme destacou a treinadora de Dirceu na época, Ana Carolina Lemos Alves, após sua morte. “Ele transformou a vida de muita gente”, resumiu.
Dirceu teve uma distrofia muscular na região da cintura (coxa e abdômen). No esporte achou uma paixão. Na bocha competiu pela classe BC4 – para atletas cadeirantes que não recebem assistência durante as partidas. 

Foi bicampeão paralímpico da modalidade, com quatro medalhas de ouro nos Jogos de Pequim 2008 e Londres 2012, no simples e nas duplas, além de uma prata por equipes nos Jogos Rio 2016. 

Em 2020, foi vítima de um infarto agudo do miocárdio, em Mogi. Mas, seu legado não parou por aí. 

O mascote

A escolha do nome aconteceu por sugestão e votação popular.

A criação do mascote é do designer, ilustrador e atleta de bocha, Thulio Toledo. A inspiração para o mascote é um misto das belezas naturais do Rio de Janeiro, da cultura carioca e da modalidade.

“Quem pensa no Rio, lembra de praia, Cristo, Pão de Açúcar, Selarón, porém essa beleza toda do Rio é sempre engrandecida pela luz do sol e o calor do seu povo”, comenta sobre a cidade. E, acrescenta sobre a bocha: “assim como o sol, a nossa bola alvo (a bola branca, a Jack) é a responsável pelo objetivo da nossa modalidade. Tudo gira em torno dela e todo o jogo é baseado nela, como é no sistema solar”.
O também jogador da classe BC3 complementa: “No corpo [do mascote] existem alguns elementos também  que ligam com a identidade visual da competição que têm a ver com a escadaria do Selarón e nos braços um bracelete dourado no formato do calçadão [das praias]”. Já a escolha das cores vermelha e azul tem relação direta com as bolas, os elementos do jogo como o tie break e a linha V da demarcação da quadra.

A mensagem do idealizador do mascote reúne um tanto do quem foi o Dirceu para que o conheceu de perto, sempre com sorriso no rosto, da nossa cultura e do espírito do esporte: “quis passar unir o ânimo que nós atletas sentimos ao praticar a bocha paralímpica e a alegria do nosso povo. A vida do brasileiro não é fácil, mas dificilmente nos tiram o sorriso do rosto. Nosso mascote transmite esse ânimo, a alegria e o sentimento caloroso ao receber as pessoas”, comenta Thulio.

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