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A recusa fatal de um vereador mogiano

Sylvio da Silva Pires, falecido aos 91 anos, no último dia 23 de junho, em São Paulo, vítima de complicações cardiorrespiratórias, era um apaixonado por Mogi, terra onde nasceu  e que ele sempre defendeu, usando principalmente as páginas deste jornal, onde ele colabrou  durante muito tempo.   Para esta coluna, costumava mandar observações sempre pertinentes, na […]

23 de julho de 2023

Reportagem de: O Diário

Sylvio da Silva Pires, falecido aos 91 anos, no último dia 23 de junho, em São Paulo, vítima de complicações cardiorrespiratórias, era um apaixonado por Mogi, terra onde nasceu  e que ele sempre defendeu, usando principalmente as páginas deste jornal, onde ele colabrou  durante muito tempo.  

Para esta coluna, costumava mandar observações sempre pertinentes, na forma de mensagens eletrônicas, com críticas, invariavelmente construtivas, a mazelas da cidade.

Sylvio, advogado, foi também um aliado de primeira hora do ex-prefeito Waldemar Costa Filho, com quem trabalhou durante pelo menos três dos seus quatro mandatos. 

Antes disso, porém, ele foi vereador e é dessa época a história que lembramos hoje.

No final dos anos 60, o jovem Sylvio Pires iniciava uma promissora carreira política como vereador em Mogi. 

Ponderado e inteligente, suas intervenções em plenário logo chamaram a atenção de outros políticos que aspiravam cargos mais altos na cidade, no caso a Prefeitura Municipal.

Waldemar Costa Filho era um exemplo disso. Após um tumultuado período como vice de Carlos Alberto Lopes, ele havia rompido com o antigo aliado e se preparava para concorrer, pela primeira vez, ao comando do Executivo local.

O clima político fervia, com troca de farpas e acusações entre o poderoso grupo político da família Lopes  e o iniciante Waldemar Costa Filho, que já começava a ficar famoso entre os eleitores pelo seu estilo agressivo, demonstrado nos seguidos pronunciamentos feitos pelas duas emissoras de rádio da época: Marabá e Metropolitana.

Waldemar precisava de um vice. E quem ele foi convidar?

Justamente o jovem Sylvio Pires, cujo perfil de moderado casava perfeitamente com o agitado candidato a prefeito.
Convite feito, Sylvio analisou, pensou, repensou e, por fim, sentenciou: com a reeleição praticamente garantida para  a Câmara, não iria se arriscar com o estreante.

Pois veio a eleição de 1968, carregada de emoção e com brigas para todos os gostos.

Por fim, Waldemar venceu a disputa para prefeito, enquanto Sylvio… acabou não obtendo a votação esperada e não conseguiu chegar à reeleição que ele tinha como garantida.

Aborrecido com o que aconteceu, o advogado Sylvio Pires nunca mais concorreu a cargo eletivo algum na cidade e nem fora dela.
Mas passou a ser um aliado fiel de Waldemar, apoiado por ele em seus quatro mandatos  como prefeito.
De chefe da gabinete a responsável por ações estratégicas dentro do governo, Sylvio conseguiu colocar em prática algumas de suas ideias. Como a Cruz do Século, num dos pontos mais altos da Serra do Itapeti.

LEIA TAMBÉM: Sylvio Pires foi testemunha privilegiada do crescimento de Mogi das Cruzes

E o palanque desabou…

Orestes Quércia, governador de São Paulo, veio a Mogi para inaugurar mais uma etapa de uma barragem, na região de Taiaçupeba. 
Sabia que não poderia contar com o apoio do prefeito da época, Waldemar Costa Filho, com quem estava rompido politicamente.
Por isso mesmo,  tratou de trazer consigo um pequeno exército de apoiadores, verdadeiro aparato político formado por assessores, jornalistas e a indispensável claque para puxar as palmas durante os discursos que seriam feitos em meio à zona rural, com muito mato em volta.

Só que os pronunciamentos acabaram não acontecendo. Com tanta gente junta,  a estrutura do palanque não aguentou e veio abaixo, em plena festa. 

Quando a notícia chegou à cidade, os políticos não tiveram dúvida em afirmar que a praga de Waldemar era mesmo muito forte.

 

Uma questão de currículo

Nos tempos do Ato Institucional nº 5, o famoso AI-5 e de fechamento do Congresso Nacional e outros legislativos pela ditadura militar, veio uma ordem de Brasília para que todos os parlamentares  fizessem uma declaração de bens dos dez anos anteriores.

Sebastião Nery, jornalista e grande contador de histórias do folclore político nacional, lembra que João Batista Botelho, conhecido na Assembleia Legislativa de São Paulo como “João Cuiabano”, preparou o seu dossiê e quando já estava pronto para entregá-lo, alguém o advertiu que precisaria dar a “eles” também o seu currículo para ajudar na identificação.

Homem de poucas letras, mas decidido, o “Cuiabano” virou uma fera: “Isso eu não vou dar de jeito nenhum. Só conseguirão se passarem  sobre o meu cadáver”.

 

Debaixo da batina

Essa quem conta é o consultor Gaudêncio Torquato, em sua coluna “Porandubas Políticas”:
Padre Aneiko, deputado estadual pelo PDC, vinha do Paraguai, e na fronteira de Foz do Iguaçu encontrou duas amigas que lhe pediram para passar  com uns perfumes de contrabando.
O religioso ajeitou os vidros junto ao cinturão, sob a batina, e lá se foi.
Ao chegar à alfândega , o fiscal pergunta:
“Alguma mercadoria, padre?”
E ele: “Não!”
O fiscal:
“E embaixo da batina?”
O padre responde:
“O que tem aqui embaixo pertence a essas moças. O senhor quer ver?”
O fiscal não quis…

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