Flagrante de invasão à barbearia no centro de Mogi é feito por sistema pago por lojistas
Flagrada por uma câmera, a imagem de dois homens forçando a entrada em uma barbearia na madrugada da segunda-feira última (13), na rua Professor Flaviano de Melo, próximo ao Teatro Vasques e ao Largo do Carmo, foi encaminhada pelo Sindicato do Comércio Varejista de Mogi das Cruzes à Polícia Militar e à Secretaria Municipal de […]
Reportagem de: O Diário
Flagrada por uma câmera, a imagem de dois homens forçando a entrada em uma barbearia na madrugada da segunda-feira última (13), na rua Professor Flaviano de Melo, próximo ao Teatro Vasques e ao Largo do Carmo, foi encaminhada pelo Sindicato do Comércio Varejista de Mogi das Cruzes à Polícia Militar e à Secretaria Municipal de Segurança. O objetivo da entidade classista que firmou uma parceria para a instalação de câmeras particulares de monitoramento no centro é ampliar as chances de se flagrar as invasões e furtos nos estabelecimentos, algo que começou a acontecer com ainda mais frequência desde 2021.
O sistema colaborativo contratado junto à empresa Camerite, uma franquia que instala e mantém câmeras de monitoramento, cujas imagens são compartilhadas e podem servir de base para programas de prevenção e combate aos crimes, foi bem recebido por comerciantes. Os interessados passarão a pagar pelo serviço de maneira cotizada para reduzir os custos.
O sistema particular monitora pontos descobertos pelo rastreamento digital público e poderá potencializar o sistema municipal do Ciemp (Central Integrada de Emergências Públicas) que possui, segundo informa o site da Prefeitura de Mogi, 284 equipamentos.
Dois rapazes, usando bermudas – com blusa e usando capuz, conseguem quebrar o vidro da fachada da barbearia, entram no local, e saem com objetos nas mãos, tranquilamente, em uma imagem obtida por O Diário.
VEJA TAMBÉM: No ano passado, O Diário fez uma série de reportagem sobre o assunto (relembre aqui).
O flagrante do início desta semana é um dos resultados das ações do Sincomércio para reduzir os prejuízos dos comerciantes. “Nós montamos um sistema por meio de uma espécie de ‘cooperativa’, o que reduz o preço para o comerciante, e estamos em contato com a Polícia Militar e a Secretaria de Segurança para informar os casos”, afirma Valterli Martinez, presidente do Sincomércio. Ele afirma que o número de ocorrência reduziu, mas ainda é um desafio. O problema maior é no período da noite e nos finais de semana. “Durante o dia, no horário de funcionamento do comércio, a segurança é maior”, destaca.
Valterli lembra que somente o ação lançada pelos próprios comerciantes não irá solucionar uma situação que possui outros elementos, como o grande número de dependentes que vivem em situação de rua na cidade. “Muitas pessoas não concordam, mas nós entendemos que a política de atender, distribuindo alimentação, no centro, não irá retirar essas pessoas das ruas”, disse, comentando que, entre os cidadãos em situação de rua, há os que cometem essas invasões para comprar drogas.
No ano passado, O Diário acompanhou uma das ondas desse tipo de crime que revoltou comerciantes de ruas centrais.
Em dezembro passado, em apenas dois dias, três lojas foram alvo dos criminosos. Uma das cobranças dos comerciantes era o funcionamento das câmeras da Prefeitura (leia aqui).
A ação dos criminosos ocorria, em geral, aos finais de semana, com a entrada nos estabelecimentos por telhados ou por meio de arrombamentos de porta, como foi o registro do início desta semana.
Franquia de segurança
Os sócios Rafael de Paula, Renan Benits e José Vicente respondem pela franquia Camerite de Mogi das Cruzes e já instalaram 48 “hastes” do equipamento que possui duas câmeras cada, em ruas da região central, e 12 pontos de César de Souza.
Em parceria com o Sincomércio, as imagens poderão ser usadas para o desenvolvimento de políticas de combate aos crimes.
Já os comerciantes e moradores interessados no sistema contam com as imagens captadas 24 horas por dia e que podem ser acompanhadas em tempo real, pelos integrantes do sistema colaborativo, por um aplicativo.
Com acesso ao sistema, vandalismo, crimes e outras intercorrências poderão ser monitoradas e usadas pelos participantes.
Um dos diferenciais de câmeras de monitoramento particular é o compartilhamento das imagens, o que garante acompanhar o desenrolar de determinada cena, do lado de fora dos imóveis e lojas, por um perímetro maior, além do ‘botão de alerta’ – que é acionado após situações como crimes, e, também auxiliar na identificação dos autores.
Nos próximos dias, o sistema será divulgado. Antes disso, conta De Paula, reuniões com comerciantes, vereadores e responsáveis pela segurança pública já aconteceram para divulgar a prestação de serviço. Como o processo é colaborativo, quando há um número maior de participantes, o custo mensal é reduzido. No caso da parceria com a entidade comercial, esse valor está em R$ 39,90. As imagens ficam armazenadas por até três dias (na nuvem).
Já há prospecção para, após concluir a instalação e vendas na região central, a empresa operar em distritos como Jundiapeba e Braz Cubas.