Futuro político de Bertaiolli será definido entre três opções
O deputado federal, Marco Bertaiolli (PSD-SP), passou a semana percorrendo diferentes regiões do Estado de São Paulo, fazendo palestras sobre a reforma tributária e outros temas do interesse de comerciantes. Mas apesar da agenda movimentada, certamente ainda lhe sobrou tempo para refletir sobre o seu próprio futuro. Afinal, desde que seu nome passou a ser […]
Reportagem de: O Diário
O deputado federal, Marco Bertaiolli (PSD-SP), passou a semana percorrendo diferentes regiões do Estado de São Paulo, fazendo palestras sobre a reforma tributária e outros temas do interesse de comerciantes. Mas apesar da agenda movimentada, certamente ainda lhe sobrou tempo para refletir sobre o seu próprio futuro.
Afinal, desde que seu nome passou a ser citado como favorito para uma vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, o mogiano tem vivido dias difíceis, entre três situações decisivas para o seu futuro: continuar na Câmara Federal e levar adiante uma carreira política que começa a decolar positivamente; retornar a Mogi e sair novamente candidato a prefeito, com grandes chances de ser eleito; ou, por fim, aceitar o cargo no TCE, conquistando um emprego vitalício com o salário altamente satisfatório.
De todas as opções, a terceira parece ser a mais interessante como projeto de vida. Porém, implicará automaticamente no abandono definitivo da carreira política, no impedimento de participar das campanhas eleitorais, inclusive de sair candidato a prefeito de Mogi em 2024.
O político que sempre demonstrou clareza e tranquilidade em relação ao seu futuro, de repente se vê diante de uma verdadeira sinuca de bico, difícil de ser solucionada à medida que vão aparecendo novas bolas sobre a mesa de jogo, dificultando ainda mais sua tacada decisiva.
Por isso mesmo, as informações sobre o assunto também oscilam conforme o tempo passa. No início desta semana, por exemplo, era certo que Bertaiolli iria anunciar, nos próximos dias, sua ida para o TCE, mesmo que isso viesse tirá-lo de uma rotina de estrelismo, entrevistas e paparicos, coisa que qualquer político adora. Ao mesmo tempo, ele estaria definitivamente fora do centro das decisões, aquilo que o técnico de seu time, Wanderley Luxemburgo, costuma chamar de “zona da confusão”.
Como compensação, Bertaiolli passaria a ter um inegável poder de fogo, já que irá julgar as contas de prefeitos e vereadores de todo o Estado. Mais que isso, estaria num cargo vitalício, de onde só sairia aposentado, após os 70 anos, recebendo salário integral e outros benefícios. Um salário irrecusável, por volta dos R$ 35 mil, atualmente.
Mas como ficaria a política local com a saída de um de seus protagonistas?
No início da semana, pessoas próximas de deputado apostavam no lançamento de uma chapa encabeçada pelo ex-secretário municipal de Saúde, Marcelo Delascio Cusatis, o Téo Cusatis (sem partido), tendo como vice, Mara Bertaiolli, a mulher do deputado. Essas mesmas pessoas, no entanto, admitiam que não seria uma campanha fácil, mesmo contando com as bênçãos do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, um simpatizante das candidaturas de Téo e Mara. Afinal, Téo poderia se filiar ao PL, algo fundamental para Valdemar que, até pouco tempo, tinha esperanças declaradas de levar Bertaiolli para o partido como candidato a prefeito, com enormes chances de vitória.
A dobradinha Téo e Mara, porém, teria de começar quase do zero nas pesquisas, com um complicador a mais pela frente: a partir de setembro, com a ida de Bertaiolli para o TCE, ele ficaria impedido de atuar como cabo eleitoral da dupla, algo importantíssimo para seu sucesso.
Com Bertaiolli fora do processo, também estaria aberto espaço para os adversários atacá-lo por haver trocado o sentimento de mogianidade, que ele sempre defendeu, pela vaga no TCE. Surgem dúvidas também sobre como ficariam os candidatos a vereador do PSD sem a presença do líder em suas campanhas.
E até já passou a se falar na inversão da dobradinha, colocando Mara como cabeça de chapa, para melhor aproveitar o prestígio do sobrenome Bertaiolli.
Independente do que vier a ser decidido, na avaliação de observadores políticos locais, uma posição precisa ser tomada, já que a indefinição de Bertaiolli e de eventuais candidaturas a prefeito e vice abre espaço para adversários.
Como o atual prefeito Caio Cunha (PODE) que, com a máquina administrativa nas mãos, tem procurado ocupar os espaços políticos que vão aparecendo.
Mas os adversários não serão somente Caio e seu grupo.
No páreo estarão também o ex-prefeito Marcus Melo (sem partido), o petista Rodrigo Valverde, apoiado por um grupo de partidos de esquerda, além de outros nomes que ainda poderão surgir, embalados pela possível ausência de Bertaiolli na campanha.
Enfim, um quadro ainda muito embolado, mas que deve assegurar boas surpresas e emoções à medida que o tempo passa e as eleições municipais vão ficando cada vez mais próximas.