Câmara de Mogi repudia ato de racismo contra o jogador Vinícius Júnior
A Câmara Municipal de Mogi fez um manifesto em solidariedade ao jogador Vinícius Júnior, do Real Madri, atacante do Real Madrid e da seleção brasileira, vítima de ofensas racistas durante partida contra o Valencia, pelo Campeonato Espanhol, neste domingo (21). O tema foi tratado em sessão realizada nesta terça-feira (23), pelos vereadores, ao aprovar, por […]
Reportagem de: O Diário
A Câmara Municipal de Mogi fez um manifesto em solidariedade ao jogador Vinícius Júnior, do Real Madri, atacante do Real Madrid e da seleção brasileira, vítima de ofensas racistas durante partida contra o Valencia, pelo Campeonato Espanhol, neste domingo (21).
O tema foi tratado em sessão realizada nesta terça-feira (23), pelos vereadores, ao aprovar, por unanimidade uma moção de repúdio apresentada pelo vereador Edson Alexandre Pereira – Edinho do Salão (MDB)
O caso chamou atenção e teve muita repercussão nos meios esportivos, políticos e em toda sociedade pelas ofensas contra jogador, chamado de “macaco” por parte da torcida que assistia à partida no estádio
O vereador Edinho fez um desabafo: “Não é a primeira, nem a segunda, nem a terceira vez que estou aqui falando sobre a questão racial. O objetivo dessa moção é reafirmar a posição desta Casa no irrenunciável combate a todos os atos de injúria racial, discriminação e racismo. Essa atitude deve ser firmemente combatida. Somos totalmente contra qualquer tipo de intolerância”, ressaltou.
Fazendo coro com o autor da moção, Juliano Botelho (PSB), também se manifestou. “É lamentável ter que subir nessa tribuna para falar de um caso de racismo. A gente pensa que só aqui no Brasil se fala que é contra o racismo, a favor da igualdade social, prega uma coisa e vive outra”, disse ele.
Iduigues Martins (PT), além das criticas contra o racismo, entende que esse é um tema que precisa ser discutido ser tratado no Plano Municipal de Educação para ser discutido nas escolas. “O que ocorreu na Espanha são marcas fortes do racismo que os Estados não combatem”, apontou.
Na avaliação do vereador Maurino José da Silva – Policial Maurino (PODE), “O racismo floresce da ignorância”. Ele observa que em pleno século 21, “não podemos em hipótese alguma aceitar o que aconteceu na Espanha com um brasileiro e ficarmos inertes diante de tudo isso. Esse caso repercutiu muito, mas quantas pessoas sofrem caladas porque não têm a quem recorrer, que acabam trazendo outras consequências no dia a dia?”, indagou.
A vereadora Inês Paz (PSOL) disse que é preciso envolver entidades, organizações demonstrando que isso não pode mais acontecer em lugar algum.
Ao fazer o seu comentário, Gustavo Siqueira (PSDB) alega que “a torcida deveria ser punida, nunca mais poder pisar no estádio, ou o time não poder participar da Liga por alguns anos. A impunidade abre precedentes para que continue acontecendo”, avaliou.
O preconceito racial e sexual, segundo José Luiz Furtado (PSDB), também acontece nos estádios do País e precisa ser combatido. “No clássico São Paulo e Corinthians o juiz teve que parar a partida por causa de homofobia. Tenho amigos que disseram que era mimimi, mas ontem estavam fazendo protesto contra o caso de racismo, ou seja, escolhe o preconceito que ele vai repudiar. E nós não podemos tolerar nenhum tipo de preconceito mais e em nenhum lugar, no esporte, nas escolas”, avaliou.
A moção de repúdio contra os atos racistas contra o atleta brasileiro foi assinada por todos os vereadores da Casa, como destacou Edson Santos ao pedir uma salva de palmas em apoio ao jogador e a todos os outros que lutam contra o racismo e contra o preconceito.
Ao final do debate, eles fizeram uma foto segurança cartazes com a palavra #Basta