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Índice de chuva é 29% menor do que a média histórica nas cidades do Alto Tietê

Nos dois primeiros meses do ano hidrológico de 2020/202, outubro e novembro, choveu menos do que a média histórica nas cidades responsáveis pelo abastecimento do Sistema Produtor Alto Tietê (SPAT), composto por cinco barragens. O volume pluviométrico foi 29% abaixo da média histórica, segundo o professor universitário e engenheiro sanitarista José Roberto Kachel dos Santos, […]

30 de novembro de 2020

Reportagem de: O Diário

Nos dois primeiros meses do ano hidrológico de 2020/202, outubro e novembro, choveu menos do que a média histórica nas cidades responsáveis pelo abastecimento do Sistema Produtor Alto Tietê (SPAT), composto por cinco barragens. O volume pluviométrico foi 29% abaixo da média histórica, segundo o professor universitário e engenheiro sanitarista José Roberto Kachel dos Santos, que fez uma análise sobre o regime inicial das chuvas a pedido de O Diário.

O engenheiro sanitário especializado em recursos hídricos já havia previsto em entrevista a este jornal, em outubro, que a mudança no regime de chuvas poderia acender “uma luz amarela de alerta” sobre a gestão dos recursos hídricos.

Naquela oportunidade, o Governo do Estado descartou problemas na gestão do sistema, mas posteriormente mudou os níveis de transferência da água entre as represas que estavam mais cheias para as de Biritiba Mirim, Jundiapeba e Taiaçupeba, segundo afirma o engenheiro.

Para ententer essas operações, Kachel lembra que outubro é o primeiro mês do ano hidrológico, quando começa o período das chuvas, que se estende até março.

Em 2020 (veja quadros), o índice pluviomético ficou abaixo da média histórica nos períodos seco e úmido. No ano hidrológico correspondente a 2019/2020, o índice foi de 1029 mm, sendo que em 2013/2014, período da crise hídrica de São Paula, essa marca foi de 1046.

“Assim, uma luzinha amarela de alerta acende, pois a pluviometria total no SPAT no ano hidrológico de 2019/20 foi 29% abaixo da média histórica, 1029 mm diante de 1442 mm”, destaca.

Em outubro passado, o índice de chuva foi de 53,4 mm, quase metade da média histórica, que é de 110,6 mm. Em novembro, o total subiu para 100,1 mm, ainda assim, abaixo do registro histtócio, que chegou a 130,5mm.

Na análise do especialista, ele observa que outubro e novembro apresentam um deficit de 78,2 mm em relação à média para o período, sendo que as “chuvas não foram suficientes para recuperar o volume acumulado no SPAT, que teve seu volume reduzido em apenas 2,0%”.

O SPAT registrou um volume total acumulado de 301,1 hm³ (1 hectómetro cúbico corresponde a 1 milhão de metros cúbicos, que por sua vez é igual a 1 bilhão de litros de água) no final de novembro, um volume acumulado que pode ser considerado bom para o início de um novo ano hidrológico, porque ainda há quatro meses de chuva pela frente. “Porém, não se deve descuidar”, pede ele.

Kachel sublinha que “as represas do Taiaçupeba e Jundiaí estavam com volume muito baixo porque manteve uma transferência menor do que 6,0 m3 /s das represas do Paraitinga e Ponte Nova para o Rio Tietê, e a partir daí, o bombeamento feito pela Elevatória do Biritiba e, posteriormente, para as represas do Biritiba, Jundiaí e Taiaçupeba, que estavam necessitando de maior aporte para equilibrar o sistema. A partir de novembro passou-se a transferir, em média, 9,0 m3 /s pela Elevatória de Biritiba, pois as vazões retiradas de Ponte Nova e Paraitinga foram aumentadas, levando a pequena recuperação do sistema composto por Jundiaí e Taiaçupeba”.

A mudança na operação, sugerida por Kachel, em outubro, determinou o equilíbrio do SPAT, porém, adverte ele, “a pluviometria nos restantes quatro meses do período úmido do ano hidrológico 2020/2021 é incerta, assim sendo é muito importante que a transferência Billings-Taiaçupeba seja restabelecida o mais breve possível”.

Até isso acontecer, observou ele, “a população deve reforçar os hábitos de uso racional da água, tais como banhos curtos, reutilizando a água de banho para descarga de vaso sanitário, reusar a água de lavagem de roupas para lavar o quintal, não lavar carros, nem calçadas, se possível aproveitar água de chuva”.

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