Lideranças preparam manifestação contra pedágio na Mogi-Dutra durante audiência
A proposta de implantação de um sistema de cobrança pela circulação de veículos nas rodovias Mogi-Dutra e Mogi-Bertioga, com acesso a Mogi das Cruzes, avança no Governo do Estado, com a programação para realização da consulta pública sobre o assunto no próximo mês. A expectativa foi anunciada pela Secretaria de Estado de Parcerias e Investimentos […]
Reportagem de: O Diário
A proposta de implantação de um sistema de cobrança pela circulação de veículos nas rodovias Mogi-Dutra e Mogi-Bertioga, com acesso a Mogi das Cruzes, avança no Governo do Estado, com a programação para realização da consulta pública sobre o assunto no próximo mês.
A expectativa foi anunciada pela Secretaria de Estado de Parcerias e Investimentos de São Paulo, ao ser questionada por O Diário sobre o andamento do estudo para implantação da tarifa nas estradas.
Segundo a pasta, a consulta aberta à população tem como objetivo colher subsídios à proposta apresentada pelo Governo de São Paulo. “Inicialmente, reforçamos que ainda está em estudo a concessão das rodovias Mogi-Dutra e Mogi-Bertioga, qualquer afirmação com relação a eventuais pedágios seria precipitada. Em relação à audiência pública, a previsão é que ocorra no mês de julho. O Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental está em fase de elaboração”, trouxe a nota encaminhada a este jornal.
Lideranças políticas, representantes dos mais diversos setores da economia, incluindo indústria, comércio, serviços, agricultura, entre outros, e da sociedade civil já anteciparam que, se o Estado insistir na implantação de pedágio nas rodovias, novos protestos, abaixo-assinados e outras ações contra a iniciativa voltarão a ser organizadas, a exemplo do que ocorreu em 2021, resultando na suspensão do projeto.
Integrantes do Movimento Pedágio Não também já anunciaram, em reportagem publicada neste mês, em O Diário, que pretendem usar narizes vermelhos de plástico, como os comumente utilizados por palhaços, na audiência pública, como forma de protesto.
“Já estamos articulando uma manifestação caso o Governo do Estado venha a agendar uma audiência pública em Mogi das Cruzes, como foi informado recentemente. A ideia é encher o local da audiência com cada mogiano usando seu nariz de palhaço em forma de protesto, para mostrar que não aceitamos esse pedágio e não queremos mais ser destratados em relação a esse tema”, destacou Paulo Boccuzzi, um dos fundadores do grupo.
Formado em sua maioria por moradores dos condomínios residenciais Aruã, na divisa de Mogi e Suzano, onde vivem cerca de 10 mil pessoas, o Movimento Pedágio Não também concentra lideranças das 10 cidades da região do Alto Tietê, que na última prévia do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) apontava 1,7 milhão de pessoas.
No início deste mês, o movimento recebeu o contato da Câmara de Arujá, com a informação de que a classe política do município está atenta à retomada de estudos para cobrança na Mogi-Dutra por parte do Governo do Estado. “Eles também estão nos pedindo um canal de diálogo para o fortalecimento entre as cidades. Então, podemos afirmar que estamos na condição não apenas de representantes de Mogi, mas de toda a região”, destaca Boccuzzi.
O grupo também aposta na força da representatividade do Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê (Condemat) para barrar a iniciativa do Estado, já que o prefeito de Mogi, Caio Cunha (Podemos), é o presidente do grupo formado por chefes do Executivo da região, e também já se posicionou contra a retomada dos estudos que podem voltar a incluir a cobrança nas rodovias que cortam Mogi no projeto de concessão estadual.
Da mesma forma, a Câmara Municipal de Mogi também já aprovou moção de apelo, na sessão do último dia 9 de maio, solicitando ao governador a desistência em instalar um sistema de pagamento automático de pedágio nas rodovias Mogi-Dutra e Mogi-Bertioga.
‘Fantasma’ está de volta
A proposta de pedágios nas rodovias Mogi-Dutra e Mogi-Bertioga parecia não ser mais uma preocupação de lideranças e moradores de Mogi e demais cidades da região, desde que em 22 de dezembro de 2021, o então governador Rodrigo Garcia (PSDB) suspendeu a concorrência que previa a instalação das praças nas vias, após pressão popular e política, além de ações na Justiça.
Em sua campanha eleitoral, o atual governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) também se posicionou contra os pedágios em entrevistas a O Diário e à TV Diário. Mas, ao assumir o mandato, em janeiro deste ano, pediu a retomada destes estudos.
No início de maio, quando questionada, a Secretaria de Estado de Parcerias e Investimentos confirmou que o Governo de São Paulo tem como meta para os próximos anos a implantação do sistema free flow nas rodovias concedidas.
“O método consiste num sistema de livre circulação de veículos sem necessidade de instalação de praças de pedágio e cobranças automáticas por cancelas, o que aumenta a velocidade média de viagem e reduz os custos para operadores e usuários dos serviços, com a cobrança de tarifas mais justas. As rodovias Mogi-Bertioga e Mogi-Dutra estão enquadradas no pacote de rodovias estaduais que passarão por processo de concessão no âmbito do Programa de Parcerias em Investimentos do Estado de São Paulo (PPI-SP)”, trouxe a nota na ocasião. (C.O.)