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Mogi se prepara para decidir sobre o retorno obrigatório nas escolas

Desde o último dia 18 as escolas estaduais retornaram com o ensino presencial obrigatório. O Diário já mostrou que em Mogi das Cruzes, na esfera municipal, o assunto será discutido com a Secretaria de Educação, no âmbito intersetorial do Gabinete de Articulação para o Enfrentamento da Pandemia (Gaepe). Aliás, mais de cinco mil pais e responsáveis […]

26 de outubro de 2021

Reportagem de: O Diário

Desde o último dia 18 as escolas estaduais retornaram com o ensino presencial obrigatório. O Diário já mostrou que em Mogi das Cruzes, na esfera municipal, o assunto será discutido com a Secretaria de Educação, no âmbito intersetorial do Gabinete de Articulação para o Enfrentamento da Pandemia (Gaepe). Aliás, mais de cinco mil pais e responsáveis foram consultados sobre o tema (leia mais abaixo), mas a decisão ainda não foi tomada. A prefeitura informa que está “analisando todos os dados epidemiológicos”, tendo como foco a garantia de “segurança” e o equilíbrio da “premissa de preservar a vida e o direito de aprender das crianças e jovens da cidade”.

O Conselho Municipal de Educação e a presidente do colegiado estão inseridos nas discussões. Em nota, ainda que a Secretaria de Educação não possa “se manifestar” por aqueles que integram o grupo, afirma que está em contato direto com o Governo e com a Secretaria de Saúde, promovendo comparativos entre o município e o restante do Estado de São Paulo para cumprir com os objetivos acima.

Até que a decisão seja tomada, a política adotada nas escolas municipais continua sendo a de “forma mista (presencial e remota)”. Ou seja, por enquanto, desde que seja respeitado “o distanciamento mínimo de um metro, o qual leva a maior parte das escolas a realizar revezamento semanal da frequência presencial dos estudantes nas turmas”, os pais e responsáveis podem optar pelo retorno presencial se quiserem.

Contudo, por mais que a administração de Caio Cunha (PODE) não tenha feito como a de João Doria (PSDB), que decidiu pela obrigatoriedade imediata, o secretário municipal de Educação, André Stábile, mostra que é preciso retomar a normalidade das atividades escolares o quanto antes.

“Segundo a Unicef, a pandemia gerou um retrocesso que nos coloca nos índices do ano de 2001. O retorno gradual das atividades presenciais tem sido fundamental para superação dos grandes desafios trazidos pela pandemia nos aspectos cognitivo, nutricional, psicossocial e na questão da vulnerabilidade das crianças e jovens”, afirma ele.

André continua: “neste cenário pandêmico, a Secretaria de Educação de Mogi das Cruzes está se mobilizando para superar os desafios e oferecer uma educação de alta qualidade para as crianças mogianas, incluindo a criação do GAEPE Mogi, o primeiro gabinete municipal do Brasil. Este grupo intersetorial está analisando a questão do retorno presencial com base nos índices epidemiológicos da cidade e sempre atentos ao direito de aprender dos estudantes”.

 

Casos de Covid-19 em escolas

Recentemente, escolas estaduais foram fechadas em Mogi devido a casos positivos de Covid-19, o que também foi registrado em pelo menos uma creche local. Portanto, para além da decisão sobre o retorno presencial, a reportagem de O Diário buscou novas informações sobre a presença do coronavírus no ambiente escolar mogiano.

Enquanto o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) prometeu apurar a situação atual, a Secretaria Estadual de Educação limitou-se a reforçar a existência do Sistema de Informação e Monitoramento da Educação para Covid-19, que já está disponível para consultas.

O portal, porém, só tem dados de Mogi das Cruzes até a 37ª semana do ano. Ou seja, a última informação disponível é que, entre 12 e 18 de setembro, três escolas – todas estaduais – registravam casos de Covid-19. A última notícia sobre teste positivo em um colégio particular é de um período anterior – entre 29 de agosto e 4 de setembro.

Além disso, o Estado enviou um pacote de regras para o retorno presencial nas escolas. Merece destaque o fato de que a partir de 3 de novembro “não haverá mais a necessidade do protocolo de distanciamento e, com isso, o retorno obrigatório será diário para todos os alunos”.

No entanto, cidades que possuem conselhos de Educação “têm autonomia de seguir ou não a orientação da Seduc-SP, desde que apresentem justificativas pautadas nos dados epidemiológicos que impeçam o retorno presencial”. É o caso de Mogi das Cruzes.

 

Pesquisa com pais e responsáveis

Uma pesquisa respondida entre 21 de setembro e 5 de outubro por 5.266 pais e responsáveis de Mogi das Cruzes buscou levantar as principais razões pelas quais os estudantes ainda não estão frequentando as aulas presenciais. Os motivos mais indicados foram relacionados à vacinação. E é preciso se preocupar mesmo, já que nesta terça-feira (26) mogianos receberam a segunda dose do imunizante com atraso, após 2 horas do horário agendado.

Do total de participantes, 48% indicaram que seus filhos retornaram ao ensino presencial. Sobre os motivos do não voltar a frequentar as escolas, os participantes puderam responder mais de um motivo, dentre 10 possibilidades, por isso os percentuais superam a soma de 100%. 

Três das questões relacionadas à vacinação reuniram 2.526 respostas, o que representa 92% entre os pais e responsáveis cujos filhos ainda não retornaram presencialmente. Deste total, a opção mais escolhida foi a espera pela vacinação das crianças, com 1.172 respondentes (43%).

Outros 789 participantes (29%) são contra o retorno presencial até que toda a sociedade esteja totalmente vacinada e 565 (20%) disseram que seus filhos não voltam às aulas devido a familiares que ainda não receberam a segunda dose da vacina.

Na faixa de 26% dos respondentes que ainda não aderiram ao retorno presencial os motivos apontados foram a preocupação com a escola em ser um ambiente seguro e o fato de considerar ainda alto o número de casos de Covid-19. Ainda, 10% do total afirmaram que a organização do revezamento nas unidades com os grupos-controle não é compatível com a rotina da família.

As opções menos indicadas pelos pais e responsáveis foram o fato da escola estar em obras (2%), a preferência pela proximidade com os familiares (3%) e a indicação médica para que o filho/filha não retorne, em função de comorbidades (4%). Ainda, 8% dos respondentes consideram que os filhos estão desempenhando bem no ensino remoto e não querem alterar a rotina de estudos.

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