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Momento é propício para o diálogo sobre ciclismo e mobilidade urbana em Mogi

Depois de meses de atraso, a ciclofaixa da avenida João XXIII, que liga César de Souza ao Socorro, em Mogi das Cruzes, está concluída e já pode ser utilizada. Quem usa a bicicleta, aliás, comemora o espaço que vem sendo conquistado com políticas públicas da cidade. Após protestos e mortes de ciclistas, a avaliação de […]

1 de agosto de 2022

Reportagem de: O Diário

Depois de meses de atraso, a ciclofaixa da avenida João XXIII, que liga César de Souza ao Socorro, em Mogi das Cruzes, está concluída e já pode ser utilizada. Quem usa a bicicleta, aliás, comemora o espaço que vem sendo conquistado com políticas públicas da cidade. Após protestos e mortes de ciclistas, a avaliação de representantes de coletivos é de que o município tem dado mais atenção à algumas das demandas relacionadas a mobilidade urbana.

A própria ciclofaixa da avenida João XXIII é exemplo disso. O equipamento surgiu em diálogo direto com coletivos de ciclistas, e embora tenha sido entregue, de maneira definitiva, muito tempo após o prazo inicial (que era para outubro de 2021), está pronto, “inclusive com tachas refletivas para ampliar a visibilidade durante o período noturno”, como destaca a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana.

A Pasta, inclusive, deixa claro que após finalizadas, as obras foram vistoriadas por representantes dos grupos de ciclistas, com os quais a administração municipal “mantém diálogo constante e produtivo, sempre buscando melhorias para a mobilidade urbana e segurança dos ciclistas”.

Para confirmar, O Diário procurou Ubirajara Nunes, um dos nomes do Coletivo MTB Mogi, que representa o ciclismo na cidade. “Bira”, como é mais conhecido, relatou um cenário positivo, de fato.

Antes de falar das relações entre ciclistas e poder público, ele, porém, comentou a entrega da referida ciclofaixa, que representa “um avanço para a região de César de Souza”. Por mais que tenham havido “intermpéries”, para citar uma palavra dita a este jornal pelo diretor de Planejamento e Desenvolvimento da Secretaria Municipal de Transportes, José Guilherme Caseiro, o que vale, para Bira, é a existência do equipamento.

“Não dá para, depois de implantar uma ciclofaixa, removê-la. Até porque as pessoas vão se apropriando de tal sorte e a gente só pensa em melhoria de infraestrutura viária para bike naquela região, além de demais regiões da cidade”.

Estes também são temas que têm sido levados constantemente à secretária de Mobilidade Urbana, Cristiane Ayres, em especial agora que a categoria “conseguiu uma cadeira de representação no Conselho Municipal de Mobilidade Urbana”, diz Bira.

O momento é propício ao ponto de que o coletivo MTB, que ele representa, se prepara para, após sete anos de atividades, evoluir para a Associação dos Ciclistas de Mogi das Cruzes (CicloMogi). Este, na verdade, é um spoiler concedido a O Diário, assim como a informação de que no dia 17 de setembro a cidade terá o 1º Fórum da Bicicleta de Mogi, com “ convidados de renome nacional na área da mobilidade urbana e cicloturismo”.

De volta ao ponto, Bira afirma que o Conselho composto por membros da socidade civil tem encontrado “entendimento bastante favorável para o diálogo de ambas as partes”.

Nestas conversas, não apenas as ciclofaixas são tema, mas também quem faz uso urbano da bicicleta, ou então quem a enxerga como ferramenta esportiva. Há conquistas recentes nestas áreas, como a sinalização de rotas rurais que abrigam trilhas de mountain bike e cicloturismo. Veja a seguir, em tópicos.

Pista de pump track

Recém-inaugurada, as pistas de pump track do parque Botyra Camorim Gatti e do parque Leon Feffer são consideradas conquistas para os ciclistas. Com elas, a modalidade voltou ao mapa, o que incentiva outras práticas, como aponta Bira.

Isso aconteceu com a “pista de skate do ginásio de esportes, que só permitia skate e agora atletas de BMX tem permissão de usar em determinados horários, conforme um regulamento”.

Também há presença de ciclistas no parque Botyra Camorim Gatti, no Centro da cidade, “fomentando o uso da pista e incentivando a molecada a pedalar”. Já o Leon Feffer, que tem uma pista maior, conta com a participação do “pessoal com expertise maior na área do BMX”.

Há diálogo “bem avançado com relação a algumas competições”, diz Bira.

 

Sinalização em rotas rurais e trilhas

Entre muitas “novidades boas” que estão vindo por aí, Bira destaca a sinalização de trilhas instaladas em rotas rurais do município. Este é um projeto antigo, de 2018, mas que saiu do papel agora, quatro anos mais tarde. A Estrada do Procópio, também conhecida como “Estrada da Biquinha”, já está sinalizada em todo o trecho entre a saída de Mogi das Cruzes e o distrito de Sabaúna, assim como entre Sabaúna e o distrito de Luís Carlos, em Guararema. E outras mais receberão este serviço em breve.

“Nesta semana que passou a gente conseguiu um trabalho de longo prazo que começa agora na fase efetiva de implantação: o programa Trilhas de Mog. É a confecção de placas de sinalização das trilhas de mountain bike e cicloturismo”.

Com apoio da Coordenadoria Municipal de Turismo, estas atividades têm também as mãos dos membros do Conselho Municipal de Turismo, e na visão de Bira, representam o momento atual, quando há “avanço bem bacana em relação a questão da ciclomobilidade da cidade de forma geral”.

 

Plano de Mobilidade Urbana

A O Diário, a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana informou que “Mogi das Cruzes busca recursos federais para a revisão do Plano de Mobilidade Urbana, que traz diretrizes para toda a mobilidade do município, e para a elaboração do Plano Cicloviário do município”.

Este estudo será “específico para o transporte cicloviário e deverá trazer informações e subsídios para que possam ser adotadas novas medidas e intervenções, garantindo a funcionalidade do sistema e melhores condições para o trânsito com bicicletas”.

 

Viva Mogi

Como este jornal também já mostrou, o programa Viva Mogi! prevê a implantação de mais de 30 quilômetros de ciclovias na cidade. Questionada pela reportagem, a Prefeitura informa que as “estruturas deverão ser implantadas durante as obras e os projetos de intervenções para mobilidade urbana passarão por novos estudos a serem realizados por empresa especializada com o objetivo de maximizar a eficiência das estruturas com base nas necessidades do município”.

Embora não tenha fornecido prazos para os novos equipamentos, a Pasta de Mobilidade Urbana “lembra que Mogi das Cruzes possui ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas existentes em diversas regiões da cidade, como os distritos de Jundiapeba, Braz Cubas e Cesar de Souza, a Vila Industrial e a região central”.

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