Sylvio Pires questiona: “Que pico é esse na Serra?”
Sylvio da Silva Pires, que aparece também na última história de hoje, é um defensor intransigente das tradições mogianas. Por isso mesmo, ele garante que não consegue entender por que o ponto mais alto da cidade, denominado Pico do Itapeti, passou a ser chamado de Pico do Urubu. Aos amigos, ele costuma dizer, à beira […]
Reportagem de: O Diário
Sylvio da Silva Pires, que aparece também na última história de hoje, é um defensor intransigente das tradições mogianas.
Por isso mesmo, ele garante que não consegue entender por que o ponto mais alto da cidade, denominado Pico do Itapeti, passou a ser chamado de Pico do Urubu.
Aos amigos, ele costuma dizer, à beira da indignação, que já esteve por lá diversas vezes “e nunca vi um urubu sequer por ali”.
Segundo o advogado, teria sido o radialista e ex-secretário municipal de Esportes, Carlos Arnone, quem passou a tratar dessa forma o ponto utilizado para saltos de paraglider e asa delta.
Mas explicação para tal apelido nem mesmo o próprio Arnone poderá oferecer: ele faleceu em janeiro de 2017.
Santo dinheirinho
O consultor político, Gaudêncio Torquato conta que um vereador de Itiruçu, na Bahia, estava completamente sem dinheiro, por conta da seca que tinha lhe comido tudo.
Sem recursos até para a feira, foi pedir para o prefeito Pedrinho, que tangenciou:
“Por que você não pede a Jesus Cristo. Ele não é o pai dos pobres?”
Voltou para a casa e escreveu pedindo 50 contos.
Endereçou: ”Para Nosso Senhor Jesus Cristo”. E pôs no Correio.
Na agência, abriram a carta e levaram para o bar. Lá fizeram uma vaquinha, apuraram 42 contos, registraram e mandaram para o vereador.
Quando ele viu o dinheiro, sentou-se e escreveu nova carta:
“Nosso Senhor, agradeço muito sua atenção. Recebi o dinheiro que lhe pedi. Mas rogo o seguinte: se o Senhor for mandar dinheiro novamente faça o obséquio de mandar em cheque, porque, dos 50 contos, o pessoal do Correio meteu a mão em 8.”
Um sítio no meio do caminho
Sylvio da Silva Pires, homem de confiança de Waldemar Costa Filho, era seu chefe de gabinete e interlocutor com os moradores do Taboão, que viviam reclamando da falta de energia elétrica no bairro.
Sylvio foi falar com o prefeito.
“Não vou fazer nada, porque senão vão dizer que estou fazendo isso para beneficiar o sítio que possuo naquela região.”
Sylvio argumentou dizendo que os moradores não poderiam ser penalizados por ele ser dono de tal propriedade.
“Você acha isso? Vamos fazer, então.”
Sylvio fez contato com a antiga Light que estendeu a rede elétrica até o Taboão.
Ninguém chiou. Pelo contrário.
Tempos depois, o prefeito abriria uma estrada ligando Mogi à Via Dutra, que ficava muito além de seu sítio, o qual acabou sendo vendido para a Cimentos Tupy.