Filhotes vítimas de abuso recebem cuidados e aguardam adoção
Cachorrinhas estão na ONG Fera e reagem bem; curto tempo com antigo dono pode explicar o bom comportamento

Presidente da ONG Fera, Fernanda Moreno, afirmou que após os procedimentos necessários, as cadelinhas estão evoluindo rapidamente | Reprodução
Reportagem de: Ana Lívia Terribille
Após a repercussão do caso de zoofilia em Taiçupeba, distrito de Mogi das Cruzes, em que um idoso de 67 anos abusou sexualmente de uma cachorra de apenas três meses, O Diário procurou a ONG Fera. A ONG está cuidando da filhote e de sua irmã, e forneceu informações sobre o estado de saúde das cachorrinhas e a possibilidade de adoção.
De acordo com a presidente da ONG, Fernanda Moreno, a atenção com as cachorras é constante. “A assistência veterinária começou imediatamente após o resgate, com o Dr. Carlos, parceiro da ONG Fera, que esteve presente no local, examinou as cachorras para o laudo de maus-tratos e prestou os primeiros atendimentos, como exame clínico e coleta de sangue.”
Fernanda destacou o estado em que as filhotes foram encontradas. “Além de desidratadas, com fome e medo, as cachorrinhas estavam com pulgas e anemia leve, segundo o exame de sangue”, acrescentou.
“Após o resgate, as duas cachorrinhas foram internadas em uma clínica da cidade, a Masterclin. Lá, passaram por exames de ultrassom, receberam antibióticos e soro. Foram liberadas no dia seguinte para cuidados na ONG, que já administrou vermífugo e tratamento contra pulgas.”
Após os procedimentos necessários, as cadelinhas estão evoluindo rapidamente.
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Fernanda também destacou que o bom comportamento das filhotes pode ser devido ao curto tempo que passaram com o antigo dono. “Quanto mais tempo o animal vive em uma situação de maus-tratos, mais difícil é para ele se adaptar novamente.” Felizmente, as cadelinhas podem, em breve, estar aptas para adoção.
“O comportamento delas é bom, elas são sociáveis e brincalhonas, conforme a idade.” Vale ressaltar que a filhote abusada pelo idoso pesa apenas 4 kg, enquanto sua irmã pesa 3,1 kg. A ONG aguarda agora a alta dos animais para poder aplicar as vacinas exigidas.
Adoção das cachorrinhas
Devido ao processo judicial, ainda não é possível realizar a adoção das filhotinhas. No entanto, segundo a presidente da ONG Fera, já há grande interesse em adotar as irmãs futuramente.
“Com a grande repercussão do caso, houve uma alta procura pela adoção das cachorrinhas. Embora o processo judicial possa levar cinco anos ou mais, vamos trabalhar com a adoção das filhotinhas”, ressalta Fernanda. No entanto, a adoção será em um modelo diferente do tradicional, funcionando como adoção conjunta.
“A princípio, estamos pensando em adoção conjunta, isto é, a pessoa assina um termo de guarda temporária e a ONG fica como co-responsável. Assim, a nova família e elas se adaptam, e a ONG acompanha enquanto o processo judicial está em andamento. A ideia é que as duas sejam adotadas juntas, para que possam crescer em um lar.”
“Apesar de serem tratadas com todo amor aqui na ONG, não é justo que permaneçam aqui. Elas merecem estar em uma família. É uma vida toda pela frente. Sem contar que o índice de adoção de cães adultos é bem pequeno”, enfatiza. A adoção só será permitida após a alta do médico veterinário.