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Trânsito ainda espera solução nas regiões da praça do Habib’s e César

Atualmente, o solo da área ocupada pela rotatória do Habib’s passa por estudos de sondagem

3 de dezembro de 2022

Rotatória do Habib's | Reprodução

Reportagem de: O Diário

Nos últimos anos, fazer o trajeto diário entre a casa e o trabalho, escola ou outro compromisso, passando pela região leste de Mogi das Cruzes e, principalmente pela rotatória da praça Kazuo Kimura, conhecida como ‘do Habib’s’, no Nova Mogilar, se tornou um desafio para muitos mogianos que levam cerca de meia hora a 40 minutos em um caminho de poucos quilômetros que, fora dos horários de pico, é feito em menos de 10 minutos.

Todos os dias é assim para a professora Tereza Fonseca Pires, 48 anos, que mora em César de Souza e leciona na região central da cidade. Para chegar a tempo, ela precisa sair de casa, no mínimo, uma hora antes do horário das aulas, porque passa pelo menos 30 minutos no trânsito que se forma todas as manhãs, por volta das 7 até 8 horas, na avenida Francisco Rodrigues Filho. Muitas vezes, os veículos começam a ficar enfileirados na altura de Furnas e seguem, em lentidão, até a rotatória do Habib’s.

“É inacreditável, mas um percurso de cerca de dois quilômetros não dá para ser feito em menos de 30 minutos. Isso acontece todos os dias e não adiante tentar ir por outro caminho, porque a situação é igual na avenida Ricieri José Marcatto e na Perimetral. Estamos esperando uma solução, mas por enquanto, há apenas promessas”, lamenta.

A mesma situação é enfrentada pela fisioterapeuta e instrutora de pilates, Etiene Vianna Brambila, também moradora de César. Mas como seu local de trabalho fica na avenida João XXIII, ela segue por lá todos os dias, de onde observa o caos que se forma na via da janela da sala no edifício onde atua. “Todos os dias é  assim das 7h20 às 8h20, com filas de carros desde a Elgin até próximo ao Shopping. À noite, por volta das 18h30, a cena se repete”, conta.

A região da rotatória da praça Kazuo Kimura, conhecida como ‘do Habib’s”, no Nova Mogilar, principal acesso a pontos de Mogi que concentram vários serviços, recebe cerca de 93 mil veículos diariamente, sendo 5 mil apenas no período de uma hora, nos horários de pico. Somado o movimento na avenida Francisco Rodrigues Filho, chega-se a 270 mil veículos/dia. Os dados são da Prefeitura, que tem projeto para a área interligado ao programa Viva Mogi, mas por enquanto sem prazos estimados para conclusão.

Parte dessa proposta, a eliminação da rotatória do Habib’s, primeiramente anunciada pela administração municipal para acontecer no final do ano passado e, posteriormente, até o término de 2022, permanece sem alteração em sua estrutura e nem mesmo nova data para retirada.

Segundo a secretária municipal de Mobilidade Urbana, Cristiane Ayres, o projeto da rotatória está ligado ao Viva Mogi, que inclui intervenções no córrego Lavapés, ao lado do Mogi Shopping, e não pode caminhar de forma individualizada; por isso, ambos precisam ser compatibilizados.
“Quando tratamos do trânsito da região de César como um todo, o projeto da retirada da rotatória é somente um dos que a Prefeitura tem pensando. A retirada da rotatória dará fluidez, mas só terá êxito quando compatibilizada com os projetos do Viva Mogi e trabalhada com a parte operacional. É um trabalho muito maior, com todo o histórico da região”, explica, acrescentando que o estudo do projeto de funcionalidade para eliminação da rotatória está pronto, com novos movimentos veiculares, direitas livres e transposições de vias.

“Tudo isso vai impactar na fluidez de quem segue de César para o centro, já que as pessoas não ficarão concentradas na rotatória, que não comporta mais o volume veicular naquela região. Com a revisão dos projetos do Viva Mogi e a compatibilização do que entendemos ser melhor para a cidade, estes estudos já encaminhados e os projetos em elaboração, também está prevista a retirada dos caminhões de grande porte desta região, que usarão as transposições previstas no Viva Mogi”, diz.

Ela aponta alterações já adotadas, como a faixa reversível na avenida Pedro Romero (via Perimetral) e na parte operacional da avenida João XXIII, como contribuições para a fluidez na região de César, assim como a via que vem sendo aberta desde o final do ano passado, em frente ao Terminal Rodoviário Geraldo Scavone, no Mogilar, e que atualmente passa por serviços de drenagem. “Estamos fazendo um trabalho grande lá para evitar problemas de afundamento e trinca de solo quando começar a receber o movimento de veículos”, reforça Cristiane.

Obra foca em drenagem e nova via

A Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana informa que os trabalhos para melhoria no trânsito na região envolvendo a rotatória do Habib’s e nos corredores entre o Mogilar, Nova Mogilar, César de Souza, Rodeio e Socorro estão em andamento.

Atualmente, segundo a pasta em resposta a questionamento feito pela reportagem, são realizados os serviços de drenagem e a construção da nova via, que ligará a rua Professor Ismael Alves dos Santos à avenida Yoshiteru Onishi, no Mogilar. O trabalho é desenvolvido pela equipe da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana.

As próximas etapas do projeto contarão, ainda de acordo com a Prefeitura, com a construção das passagens sobre o córrego Lavapés, na avenida Yoshiteru Onishi, e a substituição da atual rotatória por um complexo viário, conforme anteriormente divulgado.

No entanto, a administração municipal completa que as obras serão de responsabilidade da empresa concessionária do Terminal Rodoviário Geraldo Scavone, que contarão com apoio da Prefeitura, caso seja necessário.

Sondagem do solo

Atualmente, o solo da área ocupada pela rotatória do Habib’s passa por estudos de sondagem, segundo a secretária municipal de Mobilidade, Cristiane Ayres. “Hoje, não passamos veículos por ela, então, precisamos analisar a base e sub-base do solo e verificar se teremos que fazer um reforço maior. A parte de paisagismo também precisa ser remanejada.

Além de ser um projeto complexo para garantir funcionalidade, estamos na etapa de viabilidade de cada setor. Tratamos a vazão do córrego (Lavapés), com o DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica), a parte ambiental com o pessoal do meio ambiente, analisamos o entorno da região, porque mexeremos em muitos binários, com grande impacto”, diz.

Ela explica que o projeto executivo para construção das duas pontes que irão fazer a transposição do córrego Lavapés, previstas no Viva Mogi, foram encaminhados para o DAEE e contam com a outorga do órgão. Agora, o projeto executivo da obra da rotatória, que dependia desta outorga, está sendo elaborado.

“São etapas naturais de toda obra de engenharia de tráfego. Quando falamos em datas, dependemos de fatores externos, como temperatura e uma série de outros. Mas com a compatibilização do projeto da rotatória com a funcionalidade do Viva Mogi, o ganho será muito maior, com uma verdadeira mudança naquela região”, explica a secretária.

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