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Polícia ouve suspeito da morte de ‘Pedrinho Matador’ e diz que crime foi encomendado por organização criminosa

Pedrinho Matador é considerado o maior assassino em série do Brasil, tendo sido condenado a mais de 400 anos de prisão por matar 71 pessoas

13 de novembro de 2024

Caso Pedro Matador: setor de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP) de Mogi das Cruzes | Vitor Gianluca.

Reportagem de: Vitor Gianluca

O Setor de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP) de Mogi das Cruzes ouviu, na tarde desta quarta-feira (13/11), Adalberto de Oliveira Alves Júnior, suspeito autor da morte Pedro Rodrigues Filho, conhecido como “Pedrinho Matador”, assassinado no dia 5 de março de 2023, na Ponte Grande, em Mogi. O suspeito está preso desde o dia 15 de outubro, por confessar um roubo à residência. De acordo com as informações da investigação, a morte de Pedrinho teria sido encomendada por uma organização criminosa.

Conhecido pela alcunha “Pierre”, Adalberto foi levado para interrogatório na unidade do SHPP, Na tarde desta quarta-feira (13), onde foi formalmente indiciado pelo homicídio triplamente qualificado de Pedro Rodrigues Filho. O suspeito foi indiciado após ter as digitais encontradas na parte externa do veículo VW Gol preto, utilizado no dia da morte de Pedrinho.

Vale destacar que o suspeito já era procurado com dois mandados de prisão preventiva por roubo majorado e receptação dolosa, foi capturado no bairro Vila São José, em São Paulo, pelos dois mandados pendentes. No entanto, a prisão temporária relacionada ao homicídio de Pedro ainda não havia sido cumprida. Na tarde desta quarta-feira (13), “Pierre” foi levado para interrogatório na unidade do SHPP, onde foi formalmente indiciado também pelo homicídio.

O que diz a Polícia

De acordo com o delegado titular do SHPP, Rubens José Angelo, durante as investigações, a Polícia Civil pediu a prisão temporária de “Pierre” em nove mandados de busca domiciliar, que foram cumpridos, mas ele teria fugido. “Nós levantamos na investigação que haviam dois mandados de prisão preventiva contra ele. Um por receptação ou de associação criminosa em Ponta Porã, Mato Grosso do Sul, e outro por um crime de roubo, na capital. Então, ele estava sendo procurado por esses dois crimes também”. Durante o interrogatório realizado nesta quarta, o suspeito negou a participação do crime, na presença do advogado de defesa Mauricio Cleudir Sampaio.

Além de “Pierre”, ouvido nesta quarta-feira (13/11), outras duas pessoas são investigadas pela participação no crime. “Há ainda dois investigados no curso do inquérito, são elas, Rafael e Pablo. Foi feita a coleta de informações, mas ainda não há indícios contra os mesmos neste momento. As investigações vão prosseguir para que possamos identificar os outros dois e prende-los também”, diz Rubens.

O que diz a defesa

O advogado de defesa Mauricio Cleudir Sampaio, esteve presente durante o interrogatório e não vê indícios suficientes para indiciar Adalberto de Oliveira Alves Júnior. “Meu cliente respondeu todas as perguntas. Não se calou em nenhum momento, até porque, quem não deve. Ele respondeu aquilo que lhe foi perguntado”, afirma Sampaio.

Relembre o caso

Segundo as informações apuradas, Pedro foi surpreendido por um veículo VW/Gol preto, com três ocupantes. Dois deles desceram armados e, após efetuar disparos, um dos indivíduos tentou degolar a vítima com uma faca de cozinha, provocando um corte no pescoço. O veículo utilizado na ação foi abandonado momentos depois nas proximidades do Pico do Urubu, em Mogi das Cruzes.

Pedrinho Matador foi preso pela primeira vez em 1973, depois de completar 18 anos, e passou 42 anos na cadeia. É considerado o maior assassino em série do Brasil, tendo sido condenado a mais de 400 anos de prisão por matar 71 pessoas, mas dizia ter matado mais de 100.

Ele foi atingido por quatro disparos de uma pistola calibre 9mm. A investigação do SHPP, que incluiu o uso de tecnologias avançadas e recursos de inteligência, identificou “Pierre”, como um dos autores do crime. De acordo com o delegado do SHPP, a morte possivelmente foi “encomendada” por uma organização criminosa. “Nós identificamos que Pedrinho teria familiares, incluindo crianças. Ele não queria que traficassem nas redondezas, muito por conta das crianças, impedindo e ameaçando os traficantes da localidade. Teria havido uma ordem de uma organização criminosa para mata-lo”, afirmou o delegado.

Ainda segundo o delegado do SHPP de Mogi das Cruzes, “Pierre” está preso temporariamente também pelo crime de homicídio triplamente qualificado e será encaminhado para o Centro de Detenção Provisória e posteriormente transferido para uma outra penitenciária.

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