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Professora de Mogi das Cruzes cria método e ajuda mãe a doar 300 litros de leite materno

Denise Mary Costa de Oliveira, de 35 anos, é responsável pela publicação de um artigo científico sobre o aumento da qualidade e quantidade de leite materno na amamentação

1 de outubro de 2024

Denise Oliveira é professora e reside em Mogi das Cruzes | Divulgação/Arquivo Pessoal

Reportagem de: Fabio Pereira

O processo de amamentação é, sem dúvida, uma das fases mais importantes do desenvolvimento do bebê. No entanto, muitas mães, em algumas situações, enfrentam a falta de leite durante esse período, o que pode causar no recém-nascido sintomas como diarreia e perda de peso, entre outros problemas. Pensando nisso, a professora de Enfermagem Denise Mary Costa de Oliveira, de 35 anos e residente em Mogi das Cruzes, criou um estudo publicado na Revista Caderno Pedagógico (Vol. 21), intitulado “Improving Milk Production (I.M.P.)”, que auxilia na produção de leite materno.

Entre os resultados mais expressivos obtidos por meio do estudo da professora, que também atua como consultora de amamentação, está o caso da suzanense Eliana Andujar Fernandes Dantas – doadora de mais de 300 litros de leite materno à Santa Casa de Suzano – que, posteriormente, fazia a distribuição para outro hospital de Guarulhos, entre os anos de 2021 e 2023. 

“Quem me orientou a fazer a doação [de leite] foi a Denise, porque, até então, eu não sabia dessa possibilidade. Procurei o Banco de Leite Humano da Santa Casa de Misericórdia de Suzano e, depois disso, consegui que as enfermeiras fossem à minha casa duas vezes por semana para retirar o leite. Elas voltavam radiantes e muito felizes, já que, com a quantidade doada, foi possível ajudar muitos bebês”, conta Eliana.

O método

  • ETAPA 1: A extração do leite é realizada por um período total de uma hora utilizando uma bomba extratora. Nesse processo, a primeira ordenha ocorre durante 20 minutos, e as quatro ordenhas subsequentes têm um tempo total de 40 minutos, completando assim a hora completa. 
  • ETAPA 2: Neste ponto é necessário que a mãe mantenha a ingestão regular de água, seguindo a recomendação de 40 ml por quilo corporal.
  • ETAPA 3: A amamentação é recomendada no período noturno, evitando passar mais de quatro horas sem realizar o procedimento ou o estímulo de ordenha nas mamas.
  • ETAPA 4: Este é o momento do gerenciamento do estresse e descanso.
  • ETAPA 5: A quinta e última etapa consiste na ingestão galactagogos (substâncias encontradas em ervas como algodoeiro, erva doce, funcho, feno-grego, e alfafa, que ajudam a manter a produção de leite).

Segundo o artigo, a produção de leite pode ser otimizada por meio de uma série de intervenções nutricionais e comportamentais. Para aumentar a efetividade do processo de produção, bem como da amamentação, é necessário que as estratégias descritas sejam adaptadas às necessidades de cada mãe e do bebê. A alimentação, por exemplo, é um fator fundamental para a quantidade e a qualidade suficientes de nutrição do recém-nascido.

“É importante que as mulheres mantenham a frequência de ordenha do leite materno. O ciclo power-pump, que deve ser seguido com uma bomba extratora, também estimula a produção. O método foi aplicado em muitas pacientes, mas sempre cito este caso. Percebi que estava fazendo a coisa certa e, por isso, dei continuidade ao projeto, escrevendo o artigo para ajudar outras mães”, conta a professora.

“Por fim, em relação ao estresse, fator que pode impactar a produção do leite materno, o artigo destaca que, em alguns casos, a dedicação exclusiva da mulher apenas à tarefa da amamentação também é relacionada às queixas apresentadas pelas lactantes. Por isso, as técnicas de relaxamento como ioga e meditação, mostraram-se eficazes na redução do estresse e, consequentemente, no aumento da produção de leite”, finalizou Denise.

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