Professora de Mogi das Cruzes cria método e ajuda mãe a doar 300 litros de leite materno
Denise Mary Costa de Oliveira, de 35 anos, é responsável pela publicação de um artigo científico sobre o aumento da qualidade e quantidade de leite materno na amamentação
Denise Oliveira é professora e reside em Mogi das Cruzes | Divulgação/Arquivo Pessoal
Reportagem de: Fabio Pereira
O processo de amamentação é, sem dúvida, uma das fases mais importantes do desenvolvimento do bebê. No entanto, muitas mães, em algumas situações, enfrentam a falta de leite durante esse período, o que pode causar no recém-nascido sintomas como diarreia e perda de peso, entre outros problemas. Pensando nisso, a professora de Enfermagem Denise Mary Costa de Oliveira, de 35 anos e residente em Mogi das Cruzes, criou um estudo publicado na Revista Caderno Pedagógico (Vol. 21), intitulado “Improving Milk Production (I.M.P.)”, que auxilia na produção de leite materno.
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Entre os resultados mais expressivos obtidos por meio do estudo da professora, que também atua como consultora de amamentação, está o caso da suzanense Eliana Andujar Fernandes Dantas – doadora de mais de 300 litros de leite materno à Santa Casa de Suzano – que, posteriormente, fazia a distribuição para outro hospital de Guarulhos, entre os anos de 2021 e 2023.
“Quem me orientou a fazer a doação [de leite] foi a Denise, porque, até então, eu não sabia dessa possibilidade. Procurei o Banco de Leite Humano da Santa Casa de Misericórdia de Suzano e, depois disso, consegui que as enfermeiras fossem à minha casa duas vezes por semana para retirar o leite. Elas voltavam radiantes e muito felizes, já que, com a quantidade doada, foi possível ajudar muitos bebês”, conta Eliana.
O método
- ETAPA 1: A extração do leite é realizada por um período total de uma hora utilizando uma bomba extratora. Nesse processo, a primeira ordenha ocorre durante 20 minutos, e as quatro ordenhas subsequentes têm um tempo total de 40 minutos, completando assim a hora completa.
- ETAPA 2: Neste ponto é necessário que a mãe mantenha a ingestão regular de água, seguindo a recomendação de 40 ml por quilo corporal.
- ETAPA 3: A amamentação é recomendada no período noturno, evitando passar mais de quatro horas sem realizar o procedimento ou o estímulo de ordenha nas mamas.
- ETAPA 4: Este é o momento do gerenciamento do estresse e descanso.
- ETAPA 5: A quinta e última etapa consiste na ingestão galactagogos (substâncias encontradas em ervas como algodoeiro, erva doce, funcho, feno-grego, e alfafa, que ajudam a manter a produção de leite).
Segundo o artigo, a produção de leite pode ser otimizada por meio de uma série de intervenções nutricionais e comportamentais. Para aumentar a efetividade do processo de produção, bem como da amamentação, é necessário que as estratégias descritas sejam adaptadas às necessidades de cada mãe e do bebê. A alimentação, por exemplo, é um fator fundamental para a quantidade e a qualidade suficientes de nutrição do recém-nascido.
“É importante que as mulheres mantenham a frequência de ordenha do leite materno. O ciclo power-pump, que deve ser seguido com uma bomba extratora, também estimula a produção. O método foi aplicado em muitas pacientes, mas sempre cito este caso. Percebi que estava fazendo a coisa certa e, por isso, dei continuidade ao projeto, escrevendo o artigo para ajudar outras mães”, conta a professora.
“Por fim, em relação ao estresse, fator que pode impactar a produção do leite materno, o artigo destaca que, em alguns casos, a dedicação exclusiva da mulher apenas à tarefa da amamentação também é relacionada às queixas apresentadas pelas lactantes. Por isso, as técnicas de relaxamento como ioga e meditação, mostraram-se eficazes na redução do estresse e, consequentemente, no aumento da produção de leite”, finalizou Denise.