‘Quem não deve, não teme’, diz advogado do suspeito de assassinar ‘Pedrinho Matador’
Declaração ocorreu nesta quarta-feira (13/11), enquanto o suspeito, preso desde o dia 15 de outubro deste ano, era interrogado pelo Setor de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP) do município
Advogado esteve no SHPP nesta quarta-feira (13/11) | Vitor Gianluca/O Diário
Reportagem de: Fabio Pereira
“Quem não deve, não teme.” Esta foi a frase dita pelo advogado Maurício Cleudir Sampaio, que defende Adalberto de Oliveira Alves Júnior, suspeito de assassinar Pedro Rodrigues Filho, o “Pedrinho Matador“, no dia 5 de março de 2023, no Jardim Ponte Grande, em Mogi das Cruzes. A declaração ocorreu nesta quarta-feira (13/11), enquanto o suspeito, preso desde o dia 15 de outubro deste ano, era interrogado pelo Setor de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP) do município.
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“O interrogatório foi tranquilo, meu cliente respondeu a todas as perguntas, não ficou calado em nenhum momento, até porque ‘quem não deve, não teme’. Ele respondeu aquilo que lhe foi perguntado. Não vejo indícios suficientes para condenar o meu cliente e, além disso, acredito que a investigação vai se prolongar, porque, se analisarmos bem, todas as famílias das vítimas de ‘Pedrinho Matador’ tinham interesse na morte dele”, comentou o advogado Maurício Cleudir Sampaio.
ASSISTA À DECLARAÇÃO COMPLETA ABAIXO:
Questionado sobre Adalberto responder pela execução de outros dois crimes – receptação dolosa e roubo majorado – o advogado explicou que, no primeiro deles, há a acusação de Adalberto de Oliveira Alves Júnior pertencer à uma organização criminosa, o que, de acordo com Maurício, não procede pelo fato de seu cliente não estar na cidade no momento do crime. Já no segundo caso, o advogado afirmou que o réu confessou integralmente a ação.
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Apesar da afirmação do advogado de defesa de Adalberto sobre o assassinato de Pedrinho Matador, segundo informações da investigação, a morte teria sido encomendada, previamente, por uma organização criminosa. O suspeito foi indiciado formalmente pelo homicídio triplamente qualificado após ter suas digitais encontradas na parte externa do veículo Volkswagen Gol, de cor preta, utilizado no dia do crime.
A Polícia Civil pediu a prisão temporária de Adalberto de Oliveira Alves Júnior, também conhecido como “Pierre”, em nove mandados de busca e apreensão, que foram cumpridos sem sucesso, devido ao fato de o suspeito ter fugido. Além disso, o crime teria sido ordenado por uma facção criminosa, como explica o delegado titular do SHPP de Mogi das Cruzes, Rubens José Ângelo.
“A motivação do crime seria que Pedrinho tinha familiares, sobrinhos, na região onde morava, e não queria o tráfico de drogas nas proximidades por causa das crianças. Então, ele estaria ameaçando traficantes locais e, por isso, teria sido dada a ordem de uma facção criminosa para matá-lo”, detalhou Rubens.
CONFIRA O QUE DISSE O DELEGADO:
O caso
Segundo as informações apuradas, no dia da morte, Pedrinho Matador foi surpreendido por um veículo Volkswagen Gol, de cor preta, com três ocupantes. Dois deles desceram armados e, após efetuar disparos, um dos indivíduos tentou degolar a vítima com uma faca de cozinha, efetuando um corte no pescoço. O carro utilizado no crime, ocorrido no Jardim Ponte Grande, foi abandonado momentos depois nas proximidades do Pico do Urubu, ponto turístico de Mogi das Cruzes.
Pedrinho Matador foi atingido por quatro disparos de uma pistola calibre 9mm. A investigação do SHPP, que incluiu o uso de tecnologias avançadas e recursos de inteligência, identificou Pierre como um dos suspeitos do crime.
Pedrinho Matador foi preso pela primeira vez em 1973, depois de completar 18 anos, e passou 42 anos na cadeia. É considerado o maior assassino em série do Brasil, tendo sido condenado a mais de 400 anos de prisão por matar 71 pessoas, apesar de ter afirmado ter matado mais de 100.
(Produzido com: Vitor Gianluca).