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Secretária acusa gestão passada de apagar dados de departamentos da Educação

Informação foi divulgada durante a prestação de contas da Secretaria de Educação e, ainda de acordo com a chefe da pasta, uma sindicância foi feita e o jurídico da prefeitura foi acionado

28 de fevereiro de 2025

Darly disse que levantamento encontrou dificuldades por conta da exclusão dos dados | Divulgação/CMMC

Reportagem de: Fabricio Mello

Durante a audiência de prestação de contas na Câmara, realizada ontem (27), a secretária Darly Carvalho disse que dados da Secretaria de Educação de Mogi das Cruzes teriam sido deletados por funcionários comissionados durante a gestão Caio Cunha. Os dados seriam relativos a diferentes departamentos e anos, ainda segundo a secretária.

“Eu gostaria de ressaltar que os nossos dados, da Secretaria, em vários departamentos, foram retirados porque os computadores foram ‘deletados’. Nós tivemos, em todos os âmbitos, dificuldade ‘para os dados dos anos anteriores’. Em todos os departamentos, os dados tiveram um dificultador devido aos dados terem sido deletados pelos funcionários – que eram de cargo em comissão.”

Durante a prestação de contas, a vereadora Inês Paz (PSOL) questionou Darly sobre quais providências foram tomadas para recuperar o conteúdo perdido. Em resposta, a secretária disse que uma sindicância foi aberta para investigar a exclusão do material.

“Prestar contas de algo que você não participou é sério, delicado e desafiador. Como não tive acesso a dados elementares, ficou difícil montar a apresentação de hoje. Foi feita sindicância. Em alguns casos, houve funcionários que encaminharam o material da Secretaria para e-mail pessoal antes de deletar, o que comprovaria a má fé. Encaminhamos a situação aos procuradores e ao departamento jurídico da Prefeitura”.

O Diário entrou em contato com a Prefeitura de Mogi das Cruzes e solicitou um detalhamento sobre quais setores foram afetados pela suposta exclusão de informações. Em nota, a administração municipal respondeu que a Secretaria de Educação solicitou, no dia 5 deste mês, a abertura de um processo sindicante para “apurar as responsabilidades” e ressaltou que ele tramita em sigilo.

Outro lado

A redação do O Diário também entrou em contato com o ex-prefeito Caio Cunha (Podemos) e o questionou sobre a acusação da atual secretária de Educação. Por meio de mensagens, Caio Cunha atendeu a reportagem do O Diário, mas ainda não se posicionou sobre a fala de Darly durante a prestação de contas.

ATUALIZAÇÃO | 19:47

Em reposta aos questionamentos da redação de O Diário, Caio Cunha classificou a afirmação de Darly Carvalho como “lamentável e irresponsável”.

“Repudio essa injustiça e me solidarizo com os funcionários públicos que, mais uma vez, são desrespeitados por uma gestão que insiste em criar narrativas falsas para encobrir sua própria incapacidade.

Nossa gestão fez um alto investimento em inovação e tecnologia para garantir transparência, celeridade nos processos internos e integridade nos dados da Prefeitura. Somos reconhecidos internacionalmente pela What Works Cities como uma cidade de excelência em gestão baseada em dados. E, por coincidência, nesta semana fomos promovidos ao Selo Ouro, tornando-nos uma das poucas cidades das Américas com esse nível de reconhecimento.

Todos os dados da cidade estão armazenados em um Data Center, onde é feito constantes backups e trabalha com redundância. Os processos administrativos e documentais são acessíveis via SMAR e 1Doc, sistemas que eliminam o uso de papel e garantem que os documentos não sejam adulterados, extraviados ou engavetados. Estranhamente, a atual gestão optou por retroceder ao uso de processos físicos, algo que fragiliza a transparência e a eficiência administrativa.

Além disso, nossa equipe entregou todas as informações necessárias e solicitadas pela nova administração durante a transição, resultando em um relatório de mais de 200 páginas apenas para a Secretaria de Educação.

Se há dificuldade por parte da nova gestão em lidar com tecnologia e acessar dados, nosso time está à disposição para ensiná-los.

Por fim, se não houver retratação imediata, acionarei a Justiça para que provem o que estão dizendo.

Cansei desse comportamento infeliz e caluniador da atual gestão, que utiliza de mentiras e desinformação para nos difamar e camuflar justifica sua inoperância e incompetência”, finalizou Caio Cunha.

Prestação de contas

Os trabalhos legislativos da prestação de contas foram conduzidos pela vereadora presidente da Comissão Permanente de Educação, Malu Fernandes (PL). Também compuseram a mesa diretiva a vereadora Priscila Yamagami (PP), integrante do mesmo colegiado parlamentar, a secretária Darly Carvalho, e a secretária adjunta, Maria Aparecida Cervan.

Johnny da Inclusão (Avante), Inês Paz, membros da Cedu, e o vereador Edson Santos (PSD) também participaram do evento.

Na ocasião, a secretária informou que a rede municipal de ensino somou no período 47.589 alunos, distribuídos em 212 escolas, entre unidades próprias e subvencionadas.

No terceiro quadrimestre de 2024 – período de apresentado na prestação de contas -, foram aplicados 25,47% dos recursos próprios, num total de R$ 364.317.093,71. Do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) 70, a pasta realizou R$ 298.525.024,99 e do Fundeb Geral, R$ 364.281.868,78.

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