Operação contra lavagem de dinheiro em Suzano e SP apreende carros de luxo e bloqueia mais de R$ 6 bi
Segundo a SSP, Operação Falso Mercúrio resultou no bloqueio de 57 contas bancárias milionárias e no sequestro de imóveis, veículos e até de embarcações
04/12/2025 18h14, Atualizado há 10 horas
Operação é considerada o maior trabalho de descapitalização do crime organizado, segundo a SSP | Divulgação/Governo de São Paulo
O Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) deflagrou, nesta quinta-feira (4), a Operação Falso Mercúrio II. Durante as diligências, os policiais cumpriram 54 mandados judiciais – sendo seis de prisão e 48 de busca e apreensão – em Suzano, Barueri, Itapevi, Carapicuíba, Osasco, Santana de Parnaíba e na capital paulista.
Além disso, 57 contas bancárias foram bloqueadas, com limite de até R$ 98 milhões por conta, podendo totalizar quase R$ 6 bilhões, além do sequestro de 49 imóveis avaliados em R$ 170 milhões, três embarcações que somam R$ 20 milhões e 257 veículos estimados em R$ 42 milhões.
Durante o cumprimento dos mandados, equipes apreenderam valores em espécie — R$ 45 mil, US$ 2.962 e € 1.900 — além de veículos de luxo, como Audi RS6, Porsche Macan, Cayenne, Taycan e Carrera Stuttgart. Também foram recolhidos cinco celulares, um tablet, um CPU, um HD, três notebooks, três armas de fogo (.40, 9 mm e .380) e uma coleção com cerca de 30 relógios.
- Assista conteúdos exclusivos de O Diário no TikTok
- Faça parte do canal de O Diário no WhatsApp
- Acompanhe O Diário no Instagram e fique por dentro de tudo em tempo real.
Segundo as investigações da 3ª Delegacia de Investigações Gerais (DIG), os criminosos montaram uma estrutura sofisticada de lavagem de dinheiro proveniente de crimes como tráfico de drogas, estelionato e jogos de azar. Há indícios de que essa rede tenha ligação direta com o Primeiro Comando da Capital (PCC).
Essa rede operava com três núcleos principais: coletores, responsáveis por arrecadar os valores ilícitos; intermediários, encarregados de movimentar e ocultar os recursos; e beneficiários finais, que recebiam o dinheiro já legitimado. Cada um com funções distintas e estruturadas para fazer com que o esquema funcionasse.
A operação mobilizou 100 policiais civis e simboliza, segundo a cúpula da Secretaria de Segurança Pública, um dos maiores trabalhos de descapitalização do crime organizado já realizados pela polícia.