Damasio diz que governador está estudando maneiras de isentar Mogi do pedágio
Deputado se reuniu com vereadores da cidade, que pediram uma nova rodada de conversas sobre o pedágio com o governador
07/10/2025 10h54, Atualizado há 4 dias

Damasio ao lado do vereador Farofa, presidente da Câmara de Mogi | Divulgação/CMMC
O deputado estadual Marcos Damasio (PL) afirmou, em reunião com os vereadores de Mogi das Cruzes nesta segunda-feira (6), que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) está realizando estudos para isentar os moradores da cidade da cobrança do pedágio. A informação teria sido dada pelo próprio governador em uma conversa recente com o parlamentar mogiano.
Ainda nesta segunda-feira, a Câmara também se reuniu com Mara Bertaiolli (PL) sobre o pedágio. “Alguns vereadores falaram: ‘Nós temos os deputados’. Temos, mas antes dos deputados, você tem uma prefeita e eu enquanto prefeita não vou fugir de nenhum embate”, disse Mara à imprensa, logo após o encontro com os parlamentares. A chefe do executivo mogiano reforçou que também vai interceder junto ao governador e cogita até “meios legais” para que o mogiano não pague a tarifa (leia mais abaixo).
Já na reunião com o deputado, a Câmara de Mogi entregou um documento a Damasio e solicitou que ele interceda junto ao governador, a fim de viabilizar uma nova rodada de conversas e apresentar os argumentos do município.
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“A posição da Câmara Municipal de Mogi das Cruzes sempre foi contrária ao pedágio na Mogi-Dutra. Essa Casa não concorda com isso e tem feito várias moções. Não é justa a instalação desse pedágio. É uma tremenda falta de respeito por parte do Governo do Estado, que em momento algum nos procurou para o diálogo”, pontuou o presidente da Câmara, vereador Francimário Vieira Farofa (PL).
Durante a reunião, os parlamentares destacaram a necessidade de que a decisão sobre o pedágio seja reavaliada, diante dos possíveis prejuízos econômicos e sociais para os moradores e trabalhadores da região.
Os vereadores Inês Paz (PSOL) e Rodrigo Romão (PCdoB), por exemplo, criticaram a postura do governador, afirmando que ele não cumpriu o que havia prometido durante a campanha. “O governador mentiu. Fez campanha na cidade e disse que não iria instalar nenhum pedágio em Mogi das Cruzes, mas agora está colocando um na Mogi-Dutra, que não beneficia em nada o povo mogiano”, pontuou Romão.
Outros se manifestaram céticos quanto à possibilidade de cancelamento da cobrança, mas reforçaram o pedido para que, caso a medida seja mantida, os veículos com placas de Mogi das Cruzes sejam isentos do pagamento.
O deputado Marcos Damasio afirmou que está trabalhando para convencer o governador, por meio do diálogo, de que o pedágio não é o melhor caminho para a região. “Essa é uma briga que já vem se arrastando há mais de sete anos. Não é justo. A gente que conhece a história da rodovia sabe que esse pedágio não faz sentido algum”, ressaltou o deputado.
Mara cogita acionar a Justiça
Ainda ontem, a prefeita de Mogi das Cruzes, Mara Bertaiolli (PL), disse que a administração municipal deve levar a questão dos pedágios na Mogi-Dutra e Mogi-Bertioga à Justiça se não houver acordo sobre a isenção da tarifa para os moradores da cidade. A declaração foi dada em uma coletiva de imprensa, após a visita do secretário estadual de Turismo e Viagens, Roberto de Lucena.
Segundo a prefeita Mara, o pedágio “é uma das maiores injustiças que a cidade está recebendo“. Ainda de acordo com ela, a prefeitura está tendo reuniões com o governo estadual e seus representantes para discutir a questão da isenção aos moradores de Mogi, mas “se nada dessas reuniões surtir efeito“, a prefeitura irá acionar a Procuradoria para entrar com medidas legais contra a tarifa. Veja:
Corrida contra o tempo
O início da cobrança nos pórticos instalados nas rodovias que cortam a cidade está previsto para novembro, de acordo com o que foi anunciado pela Secretaria de Parcerias e Investimentos (SPI) de São Paulo em agosto deste ano.
O tema, desde então, passou a ser tópico de debates na Câmara Municipal de Mogi e objeto de ofício da Prefeitura de Arujá, que também será afetada pelos pedágios na Mogi-Dutra. Segundo a prefeitura de lá, o pedágio “trará significativos impactos sociais e econômicos para a população dos bairros lindeiros, pois aquelas famílias dependem exclusivamente da rodovia para o acesso à cidade, comprometendo o direito de ir e vir e dificultando o acesso a serviços essenciais“.
A Concessionária Novo Litoral (CNL), responsável pelo trecho, chegou a responder aos pedidos sobre a isenção e disse que só seriam isentos os trechos já previstos no edital que, consequentemente, fazem parte do contrato firmado com o Governo do Estado, “não havendo previsão de isenções” fora do contrato sem a compensação fiscal.