GAECO e PM prendem nove pessoas em operação contra rede de agiotagem no Alto Tietê
Armas de grosso calibre, jóias, celulares e R$ 65 mil em espécie foram apreendidos na ação; grupo chegou a movimentar mais de R$ 20 milhões em um ano

Justiça expediu 11 mandados de prisão e 17 de busca e apreensão | Divulgação/SSP
Reportagem de: Fabricio Mello
Nove pessoas foram presas durante a Operação Khalifa, que cumpriu mandados de prisão preventiva e busca e apreensão no Alto Tietê, em São Paulo e em São José dos Campos. A ação, realizada ontem (7) pela Polícia Militar e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), buscava desbaratar uma rede de agiotagem ligada ao PCC na região. Duas pessoas seguem foragidas.
As prisões aconteceram nas cidades paulistas de Arujá, Suzano, Mogi das Cruzes, Santa Isabel e Guarulhos. Uma delas foi efetuada no Estado de Santa Catarina.
Nas 17 buscas autorizadas pela Justiça, as autoridades apreenderam itens como seis armas, sendo um fuzil, munições, celulares, carregadores, jóias, relógios e R$ 65 mil em espécie e cheques.
De acordo com o promotor do GAECO Frederico Silvério, os empréstimos – que chegavam a 300% de juros – eram celebrados entre o grupo e pessoas físicas e jurídicas, que precisavam do dinheiro para investir em negócios de médio porte. No momento da cobrança, os devedores chegavam a ter sua liberdade restringida e estabelecimentos comerciais invadidos pelos investigados.
Ainda segundo o que foi divulgado pelos promotores em coletiva de imprensa, a rede atuava no Alto Tietê e na capital desde de 2020 e, só em 2023, chegou a movimentar mais de R$ 20 milhões com o esquema, fruto dos juros abusivos, taxas por atrasos, extorsões e ameaças.
Ao todo, 24 viaturas e 96 policiais participaram da operação, que foi batizada de Khalifa em referência ao edifício Burj Khalifa, em Dubai, e às viagens internacionais registradas com ostentação pelos investigados nas redes sociais.