O Mogi Basquete voltou! Time participará da Copa São Paulo em março e do Paulista

Reportagem de: O Diário

O time profissional do Mogi das Cruzes Basquete está de volta! Após o anúncio, em junho do ano passado, da pausa nas principais competições, série de planejamentos e “mudança de filosofia”, a ‘equipe adulta’ retornará às quadras em março, para disputar a Copa São Paulo. Deve representar a cidade também no Campeonato Paulista de Basquete Masculino – que começa em agosto – e ainda buscará regressar ao Novo Basque Brasil (NBB), em outubro. Dando “um passo de cada vez”, o novo elenco não vem para brigar por títulos. Ele será formado pelos jovens das categorias de base do Mogi. 

De acordo com o gestor do Mogi Basquete, Danilo Padovani – que comandou a equipe na temporada 2021/2022 -, o Mogi já está cadastrado na Federação Paulista de Basquete (FPB) para participar da Copa São Paulo. A competição será um primeiro teste para o elenco no ‘mundo profissional’. O evento foi criado em 2019, com o propósito de ampliar o calendário adulto para uma temporada completa de doze meses.

O novo time deve ser formado por atletas do elenco SUB18, SUB20 e SUB22. A data do primeiro jogo ainda não foi divulgada pela FPB. 
Em paralelo, a garotada do Mogi também pretende disputar campeonatos estaduais da base, neste primeiro semestre. 

O time ainda vive situação financeira complicada, mas a ideia é ter um projeto a médio e longo prazo, que resulte na volta do Mogi à elite, nos próximos anos. A falta de dinheiro é um problema que vem de gestões anteriores.  

Apesar dos pesares, a equipe espera contar com o apoio da torcida neste início de novo ciclo. As categorias de base foram a maneira encontrada de adiantar o retorno, de forma responsável. A princípio, a equipe deve ser comandada técnico que já acompanha o SUB20, Alexandre Rios.

A proposta inicial era voltar com o projeto ‘profissional’ apenas em 2024, mas a diretoria conseguiu adiantar o retorno. Na época da pausa, o time não divulgava os planos para o retorno, mas garantia que aquele não seria o fim do time que representa uma verdadeira paixão dos mogianos. 

Outras novidades poderão ser anunciadas em evento do time ainda neste mês. Deve vir por aí também um novo aplicativo de celular para os sócios torcedores interagirem mais com o clube. 

Padovani conta que nos próximos meses também começarão os trâmites para a inscrição do Mogi no Paulista. Para o NBB, a principal competição do esporte no país, os requisitos são maiores. De forma bem resumida, é necessário adquirir uma quantia maior no caixa da equipe. Mas a participação na competição também é “bem possível”, na avaliação do gestor. 

“Queremos montar uma equipe competitiva, mas sabendo de nossas limitações. A chave foi a garotada da base”, avalia Padovani, sobre esse novo ciclo. 

“A base teve vários resultados positivos no ano passado. Conseguimos investir bastante, trazer nutricionista, psicólogo, fisioterapeuta, só para a base. É um projeto que tem feito toda a diferença”, lembra ele. Após a pausa das competições profissionais, o time focou os esforços nas categorias com os mais jovens. 

Na avaliação do gestor, colocar os garotos no time profissional acaba sendo um incentivo para todas as bases, dos mais novos aos mais velhos. Um motivo para se esforçar mais para ser reconhecido. 

Mas existe também a possibilidade do time contratar outros nomes do mercado para reforçar o elenco. Porém, tudo isso ainda está na especulação. 

Como citado, paralelamente, os jovens devem disputar também campeonatos estaduais de base. Um dos objetivos é contar com a equipe na LDB, a Liga de Desenvolvimento de Basquete. A participação, inclusive, é um dos requisitos para que o time possa jogar o NBB. Mais informações devem ser divulgadas em breve. 

“Temos que mostrar a realide, então não podemos dar passos maiores que a perna, sair com grandes contratações”, explica o gestor. Na avaliação de Padovani, a torcida deve aprovar o retorno, mesmo que ocorra de forma gradual. 

“Mogi é uma cidade apaixonada pelo basquete, já teve a maior média de público do NBB. Temos um respeito, uma marca no basquete. As pessoas devem ficar contentes com o retorno. A torcida começa a vir, ajudar o time, divulgar, aparecer”. 

Passado recente

Após ficar de fora dos playoffs do NBB, o Mogi Basquete fez uma pausa em 2022, pegando torcedores de surpresa e deixando muitos deles desapontados. Afinal, foi a primeira vez em 10 anos que a equipe se ausentou das quadras. A ideia inicial era voltar em 2024, apesar disso não ter sido divulgado à época.

Na temporada 2022/23, o Mogi  focou suas atividades apenas nas categorias de base, disputando o Campeonato Brasileiro na sub-15 e sub-17, a Liga de Desenvolvimento de Basquete (LDB), com o elenco sub-22, e os torneios da Liga Paulista, com a sub-11 e sub-12. A garotada não desapontou nas competições. 

O problema à época, que já vinha se ‘arrastando’, foi o dinheiro. O time sofre desde que perdeu o último patrocinador master. A dívida do Mogi era estimada em R$ 1,5 milhão no início da temporada 2021/22.

Desde a pausa para se reestruturar, o time tocou projetos que já havia prometido para a recuperação. 

Trabalhou em formas de captação de recursos de empresas, do lucro real, do imposto de renda federal, o que já é uma realidade. Também vem fazendo a captação de pessoas físicas, sobre o imposto de renda. 

“Vamos fortificar isso. Só com imposto de renda, o time do Flamengo consegue arrecadar R$ 4 milhões por ano”, cita Padovani. 

Ele diz que alguns grandes times do basquete no Brasil conseguiram se reerguer começando com a juventude da base. “É o caso de Franca, com quem conversamos para ter mais experiência nisso”, explica. 

Legado
O basquete é o principal esporte mogiano. Em quase três décadas de história, a equipe da cidade conquistou dois títulos paulistas – em 1996 e 2016. O time carrega também título Sul-Americano na temporada 2016/15, além do vice-campeonato do NBB no ciclo 2017/18. Antes da pausa, na principal competição do país, o Mogi esteve presente nas últimas dez edições.