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Em plena guerra, expedicionário lembra histórias de sua terra

A história que abre a coluna de hoje foi contada pelo expedicionário Paulo Pereira de Carvalho aos seus colegas de farda, em um raro momento de descontração, em plena guerra, e registrada no livro “Campo Minado”, de Amair Campos: “Nos anos 20, havia em Cristina (MG), minha cidade natal, um cidadão chamado Benedito Silva.  Um […]

23 de abril de 2023

Reportagem de: O Diário

A história que abre a coluna de hoje foi contada pelo expedicionário Paulo Pereira de Carvalho aos seus colegas de farda, em um raro momento de descontração, em plena guerra, e registrada no livro “Campo Minado”, de Amair Campos:

“Nos anos 20, havia em Cristina (MG), minha cidade natal, um cidadão chamado Benedito Silva. 

Um homem serviçal, muito católico, que ia à missa todos os domingos e ficava prestando atenção na atuação do sacristão que se movimentava de um lado para o outro, parava no centro e fazia reverência ao Senhor.

 Impressionado com o que via, ele decidiu: 

‘Vou ser sacristão também!’. 

Dizem que Benedito “secou” tanto o sacristão que ele faleceu, sem que ninguém descobrisse o motivo.

Ao saber do ocorrido, Benedito foi falar com o padre e pediu para ser o seu novo auxiliar, durante as celebrações.

Sabendo que necessitava de um novo sacristão, o padre o levou para a sacristia para mostrar-lhe os livros da igreja: o de registrar batizados, casamentos, entre outros, explicando o que ele teria de preencher em cada um deles: nomes dos noivos, padrinhos, das crianças batizadas, seus pais e muito mais… 

“Ah seu padre, não vai dar não… eu não sei ler nem escrever”, disse o sincero Benedito, esperando alguma reação positiva ou ajuda do vigário.

O padre não lhe deu qualquer chance e Benedito saiu de cabeça baixa, até chorando. Tão decepcionado que resolveu se mudar de Cristina para São Paulo.

Desembarcou na Estação do Norte onde, ao seu redor, havia muitos hoteizinhos de segunda classe. 

Escolheu um e se hospedou nele. O dono, um português sem filhos, gostou muito de Benedito e deu emprego a ele.

Um dia, o português morreu e não tinha herdeiros. 

Benedito ficou tomando conta do hotel, que foi crescendo, crescendo, e ele pôde comprar outros hotéis na Capital.
 Aos poucos, tornou-se um homem próspero, muito conhecido em São Paulo. 

Tanto que os vereadores paulistanos resolveram fazer uma homenagem a Benedito, oferecendo-lhe o título de “comendador”.

No dia da cerimônia estavam presentes as autoridades do País, prefeito, governador e até o presidente da República.

Toda imprensa registrando o momento. Até que um repórter perguntou ao Benedito:

‘Senhor comendador, é verdade que o senhor não sabe ler  e nem escrever?’

‘Sim, é verdade. Sou analfabeto!’ – afirmou ele.

‘Senhor Benedito, se nesta sua condição, o senhor conseguiu realizar grandes negócios e amealhar essa enorme fortuna, o que o senhor não seria, se soubesse ler e escrever?’
E Benedito respondeu, na bucha:
‘Seria sacristão, lá em Cristina!’”

Declaração de guerra

A piada é antiga, mas ainda risível nesses tempos em que a China dá demonstrações de força e poder, como assegura o consultor Gaudêncio Torquato, que nos conta a seguinte historinha: 

A Argentina declara guerra à China! Comoção geral. Após consulta popular feita na “Plaza de Mayo”, a Argentina enviou uma mensagem à República Popular da China:

– Chinos de mierda, maricones: les declaramos “guierra”: – tenemos 105 tanques, 47 aviones sanos, 4 barcos que navegan y 5.221 soldados.

O governo chinês deu a resposta:

– Aceitamos a declaração. Informamos que temos 100.000 tanques, 50.000 aviões, 1.500 navios e 400 milhões de soldados.
Orgulhosos, os argentinos retrucam:

– Retiramos la declaración de guierra… No tenemos como alojar tantos prisioneros.

E a Lei da Gravidade, como fica?

Flávio Abelha, no livro “As Mineirices”, é quem conta:

Na Câmara Municipal de Caeté (MG), discutia-se o abastecimento de água para a cidade. O engenheiro enviado pelo governador deu as explicações técnicas aos vereadores, sobre as dificuldades da captação: a água está lá em baixo e a cidade, lá em cima. Seria necessário um bombeamento que custaria milhões. 

– Mas, doutor – pergunta o líder do prefeito – qual é o problema mesmo?

– O problema está ligado à Lei da Gravidade.

– Isso não é problema – diz o líder – nós vamos ao governador que, com uma penada só, revoga essa danada de lei. O líder da oposição, em aparte, contesta o líder do prefeito e informa à edilidade, em tom de deboche:

– Ah, ah, ah, o governador nada pode fazer, visto ser a Lei da Gravidade de âmbito Federal. 
O presidente deu por encerrada a sessão. 

Manda quem pode…

Carlos Santos, em seu livro “Só Rindo – 2”, é quem conta: Solenidade de promoção da PM em andamento, os agraciados com ascenso na carreira da corporação são chamados pelo cerimonial. Um a um recebem a diplomação. Olhar atento a tudo, o governador Dinarte Mariz, do Rio Grande do Norte, fala à orelha do secretário da Segurança:

– Coronel, eu não estou vendo entre os promovidos aquele meu afilhado que lhe recomendei.
O secretário tenta se justificar:

– Eu estive avaliando a carreira dele e observei que não havia condições para ganhar a promoção pretendida pelo senhor.
Sem reservas, Dinarte alardeia sua contrariedade com a exclusão:

– Secretário, que condições você está falando? Se eu fosse atrás dessas condições nunca teria sido governador. 
 

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