Família luta para que a polícia continue as buscas por Nataly Lily
A família da transexual Nataly Lily está inconformada com a demora para a solução do desaparecimento da transexual, ocorrido no dia 12 de dezembro, em Mogi das Cruzes. A mãe, irmãos e tias foram até o Setor de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP) de Mogi na tarde desta quinta-feira (18), para ouvir as explicações […]
Reportagem de: O Diário
A família da transexual Nataly Lily está inconformada com a demora para a solução do desaparecimento da transexual, ocorrido no dia 12 de dezembro, em Mogi das Cruzes.
A mãe, irmãos e tias foram até o Setor de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP) de Mogi na tarde desta quinta-feira (18), para ouvir as explicações do delegado titular, Rubens José Angelo, que conseguiu identificar os quatro suspeitos e o motivo da trama do crime, que teria sido “vingança”.
Segundo o delegado, o crime foi “arquitetado” por Vanessa Silva Vieira, que está foragida, assim como seus comparsas, Danilo Nascimento Batista, Caio Cleiton Rodrigues Silva e Carlos Renato Rodrigues Silva.
A mãe, Margarete de Oliveira Fortunato se emociona ao falar sobre a demora para encontrar o corpo da filha, que teria sido baleada no dia que em que saiu com uma amiga para fazer um programa sexual contratado por dois dos suspeitos.
Ela pede agilidade nos trabalhos da polícia. “Temos sofrido muito. São muitos dias de angústia, desespero e dor de não saber onde está o corpo da minha filha. Os irmãos estão sofrendo sem saber quando isso vai acontecer”, diz, sem conseguir conter as lágrimas.
Na opinião de Margarete, o caso já poderia ter avançado se a polícia tivesse feito os trabalhos busca com cães farejadores logo após o desaparecimento da transexual na área onde teria acontecido o crime, próxima à avenida das Orquídeas, em Jundiapeba.
O trabalho demorou algumas semanas, mas foi feito pela polícia. O delegado contou que os cães conseguiram identificar odores e indícios de que Nataly pode ter estado ali, mas como não foram conclusivas, ele pretende voltar para continuar as buscas
Os parentes contam que já tinham conhecimento do envolvimento das pessoas identificadas pela polícia e chegaram a avisar que havia informações de que os suspeitos estariam escondidos em César de Souza, mas tudo leva a crer que eles conseguiram ir para outros estados.
Mesmo com o avanço do caso pela polícia e identificação dos culpados, que estão sendo procurados em todo o pais, os parentes prometem realizar novos protestos até que o corpo de Nataly seja localizado.
Representante do Fórum Mogiano LGBT de Mogi das Cruzes, Alessandra Braga estava no local para dar apoio à família e também “cobrar resultados da polícia”. Ela disse que esse tipo de violência contra transexual é cometida porque os culpados apostam na impunidade.
“O crime que envolve a Nataly tem que receber a mesma atenção dada pela polícia para desvendar o caso do assassinato do tenente”. Ela refere-se a prisão dos suspeitos de assassinar o policial Felipe Murakami, em Itaquaquecetuba, morto após sequestro no Pico do Urubu, em Mogi das Cruzes, no início de janeiro deste ano.