Missa de penitência ás 5h e “Ofício da Trevas” levam católicos a paróquia de Mogi
Desde a segunda-feira, às 5h30, as portas da Paróquia de Nossa Senhora do Socorro estão abertas para os fiéis que acompanham a missa da Penitência, um dos rituais que encerram o período da quaresma quando os católicos de todo mundo lembram o martírio e a morte de Jesus Cristo. A programação da Igreja Católica tem […]
Reportagem de: O Diário
Desde a segunda-feira, às 5h30, as portas da Paróquia de Nossa Senhora do Socorro estão abertas para os fiéis que acompanham a missa da Penitência, um dos rituais que encerram o período da quaresma quando os católicos de todo mundo lembram o martírio e a morte de Jesus Cristo.
A programação da Igreja Católica tem recebido dezenas de pessoas, na vizinha igreja de Santa Rita, que também é uma paróquia, e nas demais comunidades da cidade.
Na Paróquia do Socorro, nesta quarta-feira (5), será a realizada a última das três missas de Penitência, um dos sacramentos da Igreja Católica que promove a reflexão sobre exercícios e privações voluntárias usadas para marcar um período de renascimento espiritual e renovação da fé.
A quaresma é um tempo caracterizado pela autoimposição de privações e a renovação durante o período de 40 dias entre a Quarta-Feira de Cinzas e o Domingo de Ramos, que será celebrada neste domingo (9).
O pároco Michel dos Santos contou que, no ano passado, a missa da Penitência foi às 7h. “Nesse ano, eu decide provocar um pouco mais e a missa é às 5h30 e teve dia que a paróquia esteve mais cheia de madrugada do que à noite”, comentou.
“O católico gosta de ser desafiado”, disse, acrescentando que os preparativos para a Páscoa costumam atrair mais pessoas.
É nesse período que a Igreja Católica recomenda o jejum durante todo o dia da Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira Santa. “É uma prática que deve vir acompanhada de outros gestos, com o desejo de conversão e mudanças como o combate à preguiça, à vaidade, ao comodismo”, explica.
O sacerdote que está há um ano em uma das paróquias mais antigas da cidade, fundada em 1.855, a abstinência, como o jejum não vale dissociado de exercícidos como a solidariedade. “Se não, a pessoa vai ficar sem comer carne ou outro item para fazer regime. Não é esse o objetivo”, infere.
Principalmente até meados do século passado, privações como a eliminação da carne no cardápio era uma das marcas desta época, o que foi sendo flexibilizado. Porém, há católicos que seguem essa cartilha como um sinal de penitência e de busca de renovação.
Além da missa de penitência, ganha destaque a celebração que propõe a meditação de salmos conhecida como “Ofício das Trevas”, que lembra a escuridão que tomou conta de Gólgota, para fora dos portões de Jesusalém, um lugar que ganhou a tradução para o português como calvário, onde ocorreu a crucificação do messias. De acordo com relatos bíblicos, após o último suspiro do fundador do cristianismo, o dia se fez noite e assim permaneceu enquanto os despojos do homem crucificado eram disputados por aqueles que acompanharam o martírio.
No ritual que relembra esse ato secular, salmos, cânticos e orações são usadas como uma forma de meditação sobre a sentença de morte imposta pelo povo daquela época a Jesus Cristo.
Na quarta-feira, o padre Michel conta que a celebração terá uma encenação que consiste no apagamento de velas, para simbolizar o ato de abandono dos apóstolos, previsto, aliás, por Jesus – que foi traído por Judas e deixado só por seus discípulos nas últimas horas de vida.
Embora as cenas da Paixão de Cristo sejam as mais emblemáticas do cristianismo, a ressurreição, comemorada na Páscoa, tem a mensagem de esperança. “A mensagem é que não devemos perder a esperança. A morte, a violência, a tristeza não têm a palavra final. Nós devemos alimentar a fé e viver em Deus pela prática do amor”, afirma o religioso.
Programação
Na Paróquia do Socorro, o Ofício das Trevas será nesta quarta-feira (5), às 19h30. Na Quinta-feira será realizada às 9 horas, a Missa de Crisma e dos Santos Óleos, às 9h30; na Catedral de Santana, celebrada pelo bispo diocesano, dom Pedro Stringhini.
A programação na Paróquia do Socorro seguirá com a Missa da Ceia do Senhor com o rito do Lavapés, às 19h30. Na Sexta-Feira Santa haverá três celebrações, com a Via Sacra, às 10 h; a Celebração do Senhor Morto, 15 horas, e à noite, a procissão que recorda as Sete Palavras de Jesus na Cruz.
Toda a programação pode ser acompanhada nas redes sociais da Paróquia do Socorro.
VEJA TAMBÉM: Procissão de Ramos foi realizada em vários bairros das cidades do Alto Tietê. No Centro, o ritual contou com a presença de dom Pedro Stringhini, bispo diocesano de Mogi das Cruzes.