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Aluno de escola estadual em Mogi é coagido a colocar a cabeça em vaso sanitário

Caso ocorreu na E.E Professor Ilson Gomes, em Mogi; pais estão preocupados com a segurança e a integridade física de seus filhos

21 de junho de 2024

Além das questões de segurança e violência, mães também apontaram as condições precárias da infraestrutura da escola | Google Maps/Reprodução

Reportagem de: Ana Lívia Terribille

Mais um incidente alarmante está gerando repercussão na Escola Estadual E.E Professor Ilson Gomes, em Mogi das Cruzes. Um vídeo divulgado entre os alunos mostra uma vítima sendo coagida a colocar sua cabeça dentro de um vaso sanitário por outro estudante. No final de maio, O Diário noticiou um caso de assédio sexual envolvendo uma aluna na mesma instituição (leia mais abaixo).

  • NOTA DA REDAÇÃO: O Diário recebeu o vídeo, mas para preservar os alunos resolveu não publicar, mesmo que ele já esteja em algumas redes sociais. Mas noticiamos porque há uma ocorrência registrada e o alerta sobre bullying é sempre necessário.

Segundo relatos, a gravação começou a circular entre os dias 23 e 24 de maio, causando insatisfação entre pais e responsáveis. Uma mãe, que preferiu não se identificar, expressou sua preocupação com o ambiente escolar. “Meu filho estava na sala com o menino que sofreu bullying, e estou cada vez mais apavorada com o que está acontecendo nessa escola”, relatou.

“Apesar do meu filho não ter sofrido nenhuma violência até agora, ele está no meio do furacão todos os dias”, conclui.

A vítima foi retirada da escola após o incidente e um boletim de ocorrência foi registrado. A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP) confirmou que o caso foi encaminhado ao 1º Distrito Policial de Mogi das Cruzes como ato infracional, com investigações em curso para identificar os envolvidos, mantendo detalhes preservados devido à idade dos estudantes.

Os responsáveis pelo aluno, vítima de bullying, também foram procurados pelo O Diário, mas eles não quiseram se pronunciar sobre o ocorrido.

Reação dos pais

Outros pais também se manifestaram sobre incidentes frequentes escola. Uma mãe, que também preferiu não se identificar, mencionou que a escola está em condições precárias e cada dia traz novos problemas. Ela afirmou que a mãe do aluno agredido decidiu retirá-lo da escola para evitar mais constrangimentos.

Em resposta às denúncias, a Secretaria de Educação do Estado (Seduc-SP) afirmou repudiar qualquer forma de violência nas escolas e lamentou o ocorrido. Medidas imediatas foram tomadas, incluindo a transferência de um dos alunos para outra unidade escolar e a convocação dos responsáveis pelos estudantes envolvidos. O Conselho Tutelar também foi acionado e agendou uma reunião com a família do agressor.

A Seduc-SP destacou que as escolas estão atentas aos comportamentos dos estudantes, implementando o Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar para promover a cultura de paz e mediar conflitos identificados. O programa inclui encontros formativos e colaborações com redes de proteção, como CAPS, Conselho Tutelar e autoridades policiais, para resolver conflitos no ambiente escolar.

Condições da escola

Além das questões de segurança e violência, mães também apontaram as condições precárias da infraestrutura da escola. Uma delas mencionou a falta de portas nos banheiros femininos, o que considerou inaceitável para um ambiente educacional.

No final de maio, O Diário noticiou um caso de assédio sexual envolvendo uma aluna na mesma instituição, levantando preocupações sobre a segurança e o cuidado com os alunos. Na época, a Seduc-SP afirmou que a manutenção do prédio estava em dia, mas as reclamações persistem.

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Agora, procurados novamente, foi dito que uma obra está em fase de orçamento. Confira a nota abaixo:

“Uma obra, em fase de orçamento, está prevista para unidade ainda no segundo semestre. O investimento deve ser de mais de R$1 milhão. Neste ano, a unidade também recebeu R$ 24 mil por meio do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE).”

Apesar das respostas da Seduc, uma das mães também registrou denúncias junto ao Ministério Público de São Paulo (MPSP) sobre as condições de segurança na escola.

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