Mulher trans é encontrada morta no Rodeio, em Mogi, e polícia investiga o caso
Segundo a SSP, ela havia passado por uma consulta na UPA do Rodeio antes de ser encontrada caída em frente à AACD
03/11/2025 13h48, Atualizado há 9 dias
Tiffany foi encontrada em frente a AACD de Mogi, segundo o Fórum Mogiano LGBT+ | Reprodução/Google Maps
Tiffany, uma mulher trans de 43 anos, foi encontrada morta na Avenida Pedro Romero, em Mogi das Cruzes, na noite deste sábado (1º). Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), ela havia passado por uma consulta na Unidade de Pronto-Atendimento do Rodeio antes de ser encontrada caída na rua.
O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) chegou a ser acionado e constatou o óbito ainda no local. A Polícia Civil, agora, investiga o caso e aguarda o resultado dos exames do IML (Instituto Médico Legal) para determinar a causa da morte.
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O caso foi registrado como morte suspeita na Delegacia Seccional de Mogi das Cruzes.
O que diz a Prefeitura?
A redação do O Diário procurou a Secretaria de Saúde e Bem-Estar de Mogi das Cruzes, que confirmou que Tiffany teria passado por atendimento na unidade. Segundo informado, ela deu entrada por volta das 16h, encaminhada pelo Samu, após apresentar crise convulsiva.
Ainda segundo a nota da pasta, ela estaria acompanhada do companheiro, que teria dito que Tiffany fez uso de drogas lícitas e ilícitas. Ela, então, recebeu anticonvulsivante (fenitoína) e “apresentou melhora clínica, manteve-se comunicativa e orientada, alimentou-se e permaneceu em observação por cerca de 2h30“.
Ainda segundo a Secretaria de Saúde, a equipe médica ofereceu acionamento do acolhimento social, “considerando que a paciente e o companheiro estavam em situação de rua“. No entanto, ambos teriam recusado o encaminhamento, informando que preferiam seguir para Brás Cubas, onde teriam local para ficar.
Tiffany deixou a unidade por volta das 19h e, segundo divulgado, foi levada de cadeira de rodas até a porta, mas saiu andando ao lado do companheiro após ter a alta médica assinada.
Entretanto, cerca de uma hora depois, Tiffany veio a óbito em frente ao prédio da AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente). De acordo com a nota divulgada, assim que foi informada sobre o falecimento da mulher, a Secretaria Municipal de Saúde e Bem-Estar solicitou imediatamente à Fundação do ABC, Organização Social responsável pela unidade, as informações detalhadas sobre o atendimento e segue acompanhando o caso junto à equipe responsável.
“Toda a equipe da UPA do Rodeio atuou dentro dos protocolos técnicos e médicos preconizados. A Secretaria de Saúde está acompanhando o caso de perto”, informou o secretário adjunto de Saúde, dr Luiz Henrique Bot.
Repercussão
Em nota, o Fórum Mogiano LGBT+ lamentou a morte de Tiffany, que era atendida pelo Serviço de Acolhimento Maria Madalena. O Fórum também cobrou e defendeu a construção de políticas públicas voltadas à comunidade como uma forma de “proteger vidas e construir uma cidade mais justa“.
“Neste momento de dor, expressamos nossa solidariedade as amigas, amigos, à comunidade trans e todas as pessoas que conviveram e lutaram ao lado de Tiffany. Sua trajetória foi marcada por coragem, dignidade e resistência em meio às dificuldades impostas pela transfobia estrutural”, disse a entidade.